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Dilma diz a Moro que quis 'salvar' empresas alvo da Lava Jato

2017-10-28 01:30:00

A presidente cassada Dilma Rousseff (PT) disse ao juiz Sergio Moro que havia “preocupação” em salvar empresas alvo da Lava Jato. Segundo ela, executivos deveriam ser punidos mas “instituições são produtos sociais e não podem ser punidas”. Foi o 1º depoimento de Dilma a Moro.


Ela falou por cerca de meia hora, por videoconferência, de Belo Horizonte. Ela depôs como testemunha de defesa do ex-presidente do Banco do Brasil e da Petrobras, e Aldemir Bendine, preso na Operação Cobra, deflagrada em junho. Bendine é réu em ação penal por suposta propina de R$ 3 milhões da Odebrecht. “Tinha uma questão que era muito grave. Uma delas era que as empresas que estavam sofrendo investigação da Lava Jato, elas necessariamente estavam tendo problemas na área de retomar seus financiamentos internos e externos”, disse Dilma. Segundo ela, isso criava para o governo um grande problema. “Porque essas empresas estavam comprometendo seus empregos e seus financiamentos”, disse.


As maiores empreiteiras do País são acusadas de formação de cartel. “Nós tínhamos uma preocupação pública em relação a construir as condições de leniência para que o processo tivesse punição dos responsáveis, mas que se salvassem as empresas”, disse a petista. Dilma disse ainda que “a discussão sobre leniência era uma discussão presente no governo”. “Nós discutimos leniência através da CGU, AGU, Casa Civil, discutimos leniência no TCU, com o Ministério Público também.

AE

Adriano Nogueira

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