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Afastamento acentua divisão interna do PSDB

2017-10-04 01:30:00
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O afastamento do senador Aécio Neves determinado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) foi mais um capítulo na divisão interna do PSDB. O presidente interino do partido, senador Tasso Jereissati (CE), adotou discrição no caso, ao voltar ao Senado depois de viagem ao exterior: não discursou no plenário e pregou que a melhor solução era aguardar o pronunciamento da Corte.


"Há consenso entre juristas de que a decisão do STF foi um exagero. Então o ideal seria que o próprio Supremo resolvesse", disse Tasso a jornalistas. Segundo auxiliares do presidente do Senado, Eunício Oliveira (PMDB-CE), o tucano tampouco se mobilizou em prol de Aécio junto ao comandante da Casa.


A posição contraria Aécio e sua defesa jurídica, que nega agir coordenadamente com o partido. Ontem, aliados de Aécio tentavam convencer seus colegas de bancada a enfrentar a decisão do STF e votar no plenário o caso.


Tasso levou a bancada para uma reunião no seu gabinete, deixando a liderança tucana esvaziada. Não houve consenso. Ao fim, coube ao líder Paulo Bauer (SC), um dos pilares da reação aecista, dizer que o partido era a favor de realizar a votação, embora a posição fosse por maioria e não unânime.


Tasso não faz nenhum movimento para enquadrar dissidentes do governismo tucano, que ecoa na Câmara. A insurgência dos "cabeças-pretas" levou a bancada a tentar destituir o relator da denúncia contra o presidente Michel Temer, deputado Bonifácio de Andrada, mineiro como Aécio, um dos principais defensores da manutenção do partido no governo.


Na votação à noite, o PSDB encaminhou pelo não adiamento. Aécio tem reagido por meio, principalmente, do senador Antônio Anastasia (MG), seu aliado histórico, de um assessor no plenário e disparando ligações para os colegas de bancada pedindo apoio.

 

Adriano Nogueira

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