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Planalto vê Geddel instável

2017-09-19 01:30:00

O Palácio do Planalto se preocupa hoje mais com a possibilidade de o ex-ministro Geddel Vieira Lima, preso desde o dia 8, fechar acordo de delação premiada e envolver o presidente Michel Temer do que com a denúncia oferecida pela Procuradoria-geral da República na semana passada, que na prática pode apear mais rapidamente o peemedebista do cargo.


A avaliação de auxiliares próximos a Temer é que a segunda denúncia oferecida pelo hoje ex-procurador-geral da República, Rodrigo Janot, que acusa o presidente de liderar uma organização criminosa e de obstrução da Justiça, terá um placar mais favorável que a primeira quando chegar ao plenário da Câmara. Em agosto, quando a PGR acusou Temer por corrupção passiva, 263 deputados votaram por barrar a denúncia.


Já em relação a Geddel, a avaliação no Planalto é que a situação é "praticamente incontornável", depois que a Polícia Federal encontrou
R$ 51 milhões em dinheiro, cujas notas tinham as impressões digitais do ex-ministro.


Até a primeira prisão do ex-ministro, no dia 3 de julho, baseada em depoimentos do corretor Lúcio Bolonha Funaro e de sua mulher, Raquel Pitta, a avaliação era de que seria possível obter sucesso na defesa técnica, uma vez que não existiam provas concretas da tentativa de
obstrução de Justiça.


A apreensão do dinheiro, entretanto, segundo os investigadores, colocou por terra o discurso da defesa de que as acusações eram versões de delatores interessados em benefícios. Os R$ 51 milhões materializaram provas necessárias para sustentar as afirmações dos colaboradores.

Adriano Nogueira

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