O procurador-geral da República Rodrigo Janot reativou, há cerca de um mês, os processos contra 212 políticos envolvidos na “farra das passagens”. Em despacho ao Supremo Tribunal Federal (STF), Janot informa que, destes, 13 não possuem foro privilegiado e solicita que os indícios contra eles sejam encaminhados ao TRF-1 Região e à Justiça Federal em Brasília.

Ação não significa que os políticos serão necessariamente denunciados. Entre eles, três são cearenses: o agora prefeito de Juazeiro do Norte José Arnon (PTB), o vice-prefeito de Fortaleza Moroni Torgan (DEM) e o ex-deputado federal Mauro Benevides (PMDB).

Arnon, que teria usado irregularmente R$ 143.604,90 em passagens, não atendeu aos telefonemas. Já Moroni teria usado indevidamente o valor de R$ 38.631,76. A reportagem entrou em contato com a sua assessoria de imprensa, mas não recebeu resposta até o fechamento.

O único que se manifestou a respeito foi Mauro Benevides. "Na vida pública, sempre pautei os meus atos rigorosamente dentro das prescrições legais, pela minha formação moral e jurídica não iria cometer nenhum ato que não tivesse um lastro de absoluta legalidade", disse. Também afirmou que, quando retornar a Brasília, vai buscar mais informações para "dissipar todas as dúvidas em relação à legalidade" das ações.

Na petição, Janot arquiva os processos contra os 199 restantes, “considerando o grande numero de envolvidos”, mas diz que é necessária “uma apuração inicial no âmbito do MP”, instaurando notícia de fato.