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Governistas avaliam que prisão de Joesley pode beneficiar Temer

2017-09-11 01:30:00
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Prisão do empresário Joesley Batista, um dos donos do grupo J&F, é boa notícia para o presidente Michel Temer (PMDB), ao menos segundo avaliação de governistas. Isso porque, além de fortalecer as críticas de Temer contra áudio gravado por Joesley, ainda pode ser usada para tentar desqualificar nova denúncia contra ele que deve ser apresentada nesta semana pelo procurador-geral da República Rodrigo Janot.


Joesley e o ex-executivo da J&F Ricardo Saud se entregaram à Polícia Federal (PF), em São Paulo, por volta nas 14h15min de ontem. Eles chegaram nos seus carros e só devem ser transferidos para Brasília hoje, em um avião da PF. A autorização do pedido de prisão, expedido por Janot na última sexta-feira, 8, foi determinada ontem pelo ministro do Superior Tribunal Federal (STF) Edson Fachin.

[SAIBAMAIS]

Para o líder do PSD, Marcos Montes (MG), hoje a tendência é de rejeição da denúncia. Segundo ele, a prisão de Joesley “comprovou a inconsistência” da primeira acusação contra Temer, que teve como base a delação do empresário. “A segunda, se vier nesta linha também, será derrotada, e é o que parece”, afirmou. “Mas é preciso ter cautela, pois todo dia há novidades”, ponderou.


Vice-líder do DEM na Câmara, o deputado Pauderney Avelino (AM) aproveitou o episódio para atacar Janot. “O País inteiro se questionava por que tanto privilégio para criminosos. Agora, o acinte que foi o acordo foi desfeito e eles foram presos. Foi o correto. Mas não alivia para a imagem do Janot, que está ainda mais desgastada”, afirmou Pauderney. Sobre a possibilidade de a prisão colaborar para a rejeição da segunda denúncia, o deputado afirmou: “Não sei. Mas, se (a denúncia) vier, virá de um procurador desgastado”.


Prisão de Joesley também pode levar à anulação de sua delação. Anulação divide juristas. “Só se pode anular as provas, se houver uma ilegalidade na produção delas. Nesse caso, se ficar comprovado que Joesley se encontrou ou combinou alguma coisa com (o ex-procurador Marcello) Miller”, explica o professor de processo penal da Escola Paulista de Direito, Fernando Hiddeo Lacerda.


Por outro lado, a criminalista Vera Chemin conta a teoria da árvore envenenada: se for comprovada a participação do ex-procurador Marcello Miller, a prova terá sido decorrente de ato ilícito e não valeria. Se esse for o entendimento do STF, eles poderão anular o acordo e todas as provas, afirma.

 

Adriano Nogueira

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