PUBLICIDADE
VERSÃO IMPRESSA

Câmara aprova proibição de coligações e cláusula de barreira

2017-09-06 01:30:00

O plenário da Câmara dos Deputados aprovou ontem, por 384 votos favoráveis e 16 contrários, o texto principal da Proposta de Emenda à Constituição 282/2016, uma das mudanças legais da reforma política. A PEC proíbe coligações em eleições proporcionais e restringe o acesso de partidos a verbas públicas e à propaganda no rádio e na TV, por meio da chamada
cláusula de barreira.


A data de entrada em vigor das mudanças, porém, ficou para a próxima semana, porque não havia maioria.

O relatório da deputada Shéridan (PSDB-RR) prevê o fim das coligações no ano que vem, mas uma emenda articulada pelo PPS retomará o prazo para 2020, conforme o texto original encaminhado pelo Senado. Esse é o principal ponto de entrave na votação dessa PEC.


A cláusula de desempenho para as legendas terem direito aos recursos partidários aumenta gradativamente até 2030. A proposta de Shéridan começa com 1,5% dos votos válidos ou nove deputados federais distribuídos em pelo menos nove Estados.


“Talvez não seja uma reforma ideal, mas é sim uma reforma substancial”, disse a deputada tucana. “Coligação é a pauta da representatividade, ameaça a uma deturpação do sistema eleitoral brasileiro. É permitir que o eleitor traduza sua vontade vendo seu candidato eleito, e não essa conta absurda que muitas vezes elege quem não teve votos. Com a pauta da cláusula ninguém está sendo tolhido, nenhum partido vai deixar de existir.”


Shéridan disse ainda que é necessário estabelecer no mínimo um porcentual, um limite nacional de representatividade para que possam acessar os recursos.


A votação de ontem ocorreu depois de tentativas de obstrução da oposição, capitaneadas pelo Psol, como pedidos de retirada de pauta e de adiamento da votação por cinco sessões. O deputado Silvio Costa (PTdoB-PE) chegou a acusar uma “traição” em plenário, porque exigia a votação do destaque que posterga a vigência do fim das coligações.


A reforma política deve voltar à pauta do plenário na terça-feira, conforme acordado pelos líderes de bancadas e partidos. “A maneira que houve consenso no Congresso é que fosse votado o texto base hoje. Era a forma de conseguir maioria”, disse o presidente em exercício da Câmara, André Fufuca (PP-MA). Na terça-feira, os deputados analisarão os 12 destaques ao texto base da PEC 282.


Também está programada a discussão e votação da PEC 77/2003, relatada pelo deputado Vicente Cândido (PT-SP). Essa outra PEC cria um fundo público para financiar as campanhas, inicialmente estimado em R$ 3,6 bilhões.

Agência Estado

Adriano Nogueira

TAGS