O presidente Michel Temer disse ontem, em Nova York, que o Supremo Tribunal Federal (STF) é “soberano” e “decide de acordo com o que ele
entenda melhor”.

A declaração foi dada horas antes de Temer sofrer derrota na Corte, com a decisão de 7 dos 11 ministros de negar o pedido de sua defesa de encaminhar de volta à Procuradoria-Geral da República a denúncia oferecida contra ele na semana passada. Com a decisão do STF, a acusação formal oferecida pelo ex-procurador-geral, Rodrigo Janot, que atribui ao presidente o papel de liderança em organização criminosa, além do crime de obstrução da Justiça, será encaminhada à Câmara
dos Deputados.

O presidente afirmou que as acusações são “inverdades absolutas” e ressaltou ter confiança no Judiciário. “Essas coisas devem ser apuradas e eu não me preocupo minimamente com isso”, disse Temer, que, em agosto, quando a PGR ofereceu a primeira denúncia contra ele por corrupção passiva, mobilizou sua base de sustentação no Congresso para barrar autorização para abertura de processo no STF. O mesmo esforço deve se repetir com a nova acusação.

Em entrevista à agência de notícias Reuters, Temer disse que as investigações em andamento no Brasil mostram que as instituições estão em pleno funcionamento, o que dá segurança a estrangeiros para investir no país. “Os investidores que forem para lá não vão ter preocupações com o fenômeno corruptor”, disse.