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A mesma ciranda

2017-09-21 01:30:00

Com a decisão do Supremo ontem, a ciranda para barrar a nova denúncia contra Michel Temer é retomada, incluindo dança das cadeiras na CCJ, a quem cabe avaliar e elaborar um parecer contrário ou favorável à acusação. Em seguida, o documento é lido e votado no plenário da Câmara, onde o peemedebista continua tendo maioria - mas não com o lastro de segurança que impediu o avanço da primeira denúncia de Rodrigo Janot, ainda em agosto. Se no STF não vingou o argumento segundo o qual as provas colhidas por delatores da JBS não teriam validade, com um simbólico placar de 7 a 1 contra Temer, no Congresso é natural que a tese seja abraçada por aliados e mesmo por adversários do presidente. Afinal, não se trata agora de afastá-lo da cadeira, hipótese para o caso de a Câmara autorizar a tramitação da denúncia e o Supremo aceitá-la. A esta altura, sequer o PT pretende investir energias para defenestrar o chefe do Executivo. Ao partido, convém administrar o desgaste da Lava Jato e manter Lula em condições de influir na disputa de 2018. Logo, com o sistema político desinteressado e advogando em causa própria, as ruas caladas e o ano prestes a terminar, o homem a quem Janot chamou de “líder do quadrilhão" deve continuar à frente da República, mesmo que isso signifique números de popularidades ainda mais baixos a cada nova
sondagem das pesquisas.

Henrique Araújo

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