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Por Previdência, Planalto vai poupar infiéis

2017-08-02 01:30:00

Na ofensiva para garantir quórum no plenário da Câmara e derrubar hoje a denúncia por corrupção passiva contra Michel Temer, o governo passou a garantir aos aliados, nos bastidores, que não haverá retaliação a quem se posicionar contra o presidente. A nova estratégia tem como principal alvo o PSDB e mira não apenas na rejeição do andamento do processo contra Temer, mas também na reforma da Previdência. O Palácio do Planalto avalia que o plenário barrará a investigação. Mesmo assim, a crise política está longe de ser resolvida e, se escapar da denúncia, Temer precisa da base unida para aprovar a reforma da Previdência. É justamente aí que seus problemas aumentam ainda mais.


Dividido, o PSDB ameaça a todo instante deixar o governo. Dos 46 deputados da bancada tucana, 30 já falam em votar nesta quarta contra Temer. O PSDB comanda quatro ministérios e o presidente pediu ao senador Aécio Neves (PSDB-MG) que o ajude a reverter votos. Alvo de novo pedido de prisão apresentado pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot, Aécio é um dos principais defensores de Temer no PSDB.


Embora até mesmo o ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha, esteja há tempos mandando recados de que os traidores perderão cargos na administração, na prática auxiliares do presidente dizem que o momento não é de confronto. Em conversas reservadas, alguns deles afirmam que o troco pode até ser dado aos infiéis, mas não agora porque é preciso evitar um esgarçamento ainda maior da base de sustentação de Temer.

Adriano Nogueira

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