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PMDB ameaça deputados que votaram com a base de Camilo

2017-08-22 01:30:00
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O PMDB cearense pode expulsar três deputados estaduais a pouco mais de um ano das eleições. Crise do partido no Ceará pode enfraquecer a sigla para as disputas eleitorais de 2018, quando o senador Eunício Oliveira (PMDB), presidente licenciado da sigla, pretende se candidatar ao Governo do Estado.


Acusados de desobedecerem decisão da legenda ao votar pela extinção do Tribunal de Contas dos Municípios do Ceará (TCM), Audic Mota, Agenor Neto e Dra. Silvana têm 15 dias para apresentarem defesa no Conselho de Ética peemedebista. Líder da bancada, Silvana afirma que não pretende deixar a sigla, mas “ajudá-la”.


“Eu acho que o PMDB está passando por uma crise porque está mal aconselhado, ele precisa ouvir os deputados que querem o bem do partido, precisa tomar o rumo de um partido que está do lado do povo”, defende a parlamentar. “O partido tem é que me agradecer e não me perseguir. Eu quero ajudar o partido, estou sugerindo que ele venha me ouvir.”

[SAIBAMAIS]

O presidente interino da legenda no Ceará, Gaudêncio Lucena, nega que ela enfrente uma crise. “Não é só o PMDB que está fazendo isso, vários partidos estão. Nós temos que moralizar os costumes políticos do País e, para isso, é necessário cobrar que se cumpra o programa do partido”, defendeu.


Lucena acrescentou que a eventual expulsão dos deputados não vai afetar uma candidatura do partido ao Governo do Estado. “Nós estamos trabalhando junto com os outros partidos, PSDB, PR, PMB, PSD e SD. Não tem enfraquecimento, nós estamos fortes, com os principais partidos da oposição, os maiores”, argumenta.


Já Silvana condiciona o apoio a Eunício ao “comportamento do PMDB”. “Até agora o Eunício não fez nada contra mim, não. Mas, para ele se candidatar, ele tem que chamar a gente, ele tem que chamar quem tem voto”, afirma. O POVO tentou contato com o senador cearense, mas ele não atendeu as ligações.


Base do Governo

Gaudêncio Lucena não lamenta uma possível “perda” dos três deputados caso sejam expulsos. “Não se perde aquilo que não se tem. O partido foi eleito para ser oposição. Você acreditaria que uma pessoa que está na oposição e vota com a base é de oposição? Não, então o partido não perde nada. É preferível ser pequeno com dignidade do que grande sem moral”, argumentou.

O deputado federal cearense Vitor Valim, punido pela Executiva Nacional após votar contra o presidente Michel Temer (PMDB) na abertura da denúncia, disse que não está acompanhando cenário local, ele defende que o partido atue na oposição ao Governo do Estado, porque foi como “o povo escolheu”.

 

Saiba mais


Entenda a polêmica ono PMDB cearense


O estopim da instabilidade no PMDB começou ainda no final do ano passado, durante o processo de escolha do novo presidente da Assembleia Legislativa.


Na ocasião, o deputado estadual Audic Mota se alinhou com o Governo para apoiar o deputado Zezinho Albuquerque (PDT) para o cargo e assumir a primeira secretaria da Mesa Diretora.


Audic e Agenor apoiaram o fim do Tribunal de Contas dos Municípios (TCM) já na primeira votação. A deputada Dra. Silvana mudou de opinião após assumir liderança da bancada na Assembleia.


Se os três - Agenor, Audic e Silvana - saírem do partido, o PMDB fica com apenas dois deputados na Assembleia Legislativa.


Os deputados Danniel Oliveira e Leonardo Araújo defendem o processo de expulsão dos três parlamentares desde o início do ano, após a primeira votação do TCM.

 

Letícia Alves

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