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Governo fatia reforma para tentar aprovação

2017-08-08 01:30:00
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Após sair enfraquecido da votação da denúncia na Câmara, com somente 264 votos de 513 a seu favor, o presidente Michel Temer (PMDB) começa a ficar ainda mais flexível sobre a reforma da Previdência. Temer tem acenado para uma versão mais branda da reforma a fim de aprová-la - são necessários 308 votos dos 513 na Câmara.

[SAIBAMAIS]

Os pontos mais polêmicos da proposta têm sido alvo de reclamações de parlamentares da base que temem retaliação nas urnas, porque o texto será apreciado um ano antes das eleições 2018.


No último domingo, Temer esteve reunido com os presidentes do Senado, Eunício Oliveira (PMDB), e da Câmara, Rodrigo Maia (DEM), além da equipe econômica. A pauta foi a reforma da Previdência.

O assunto andava esquecido desde maio, quando vieram à tona as gravações da JBS.

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Passada a fase aguda da crise, o foco volta a ser a reforma, que precisa de um número alto de votos. Antes do escândalo, aliados contabilizavam 290 votos para aprovar a proposta, mas até os mais otimistas admitem que esse número pode ter caído desde a contagem no primeiro semestre.


Para ser aprovada, a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que muda regras de acesso à aposentadoria será bem diferente da que desejava o ministro da Fazenda Henrique Meirelles.


A versão que deverá passar pode ser bem mais suave, com regra de transição muito mais flexível. Até a idade mínima, que antes o governo dizia que não abria mão, pode ser atingida só daqui a vários anos.


“Vai ser bem superficial. Devido à proximidade das eleições, ela poderá passar se for muito superficial. Essa coisa do funcionário público, essa do trabalhador rural, não concordo de maneira nenhuma. Não tem como. Muitos, inclusive do próprio partido (PMDB), estão reclamando. Acredito que o governo vai ter que abrir mão de muita coisa”, afirma o deputado Aníbal Gomes.


Votação

O presidente da Câmara dos Deputados afirmou ontem que espera colocar a PEC em votação ainda em setembro. A reforma deverá ser votada em dois turnos e precisa ser aprovada em ambos para seguir para o Senado.

 

Meirelles disse que a expectativa da Fazenda é de que a reforma esteja aprovada na Câmara até outubro deste ano.


Ao chegar ao Senado, a PEC ainda precisa passar por Comissão Especial e ser aprovada em dois turno por três quintos dos senadores (49 votos).

 

Isabel Filgueiras

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