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Funaro faz delação para detalhar atuação do PMDB

2017-08-23 01:30:00

O corretor Lúcio Bolonha Funaro assinou um acordo de colaboração premiada com a Procuradoria-Geral da República (PGR) no qual vai detalhar sua atuação como operador financeiro do PMDB da Câmara dos Deputados.


O grupo político é liderado pelo presidente Michel Temer e tem como principais integrantes os atuais e ex-ministros Eliseu Padilha, Moreira Franco, Geddel Vieira Lima e Henrique Eduardo Alves.


Além deles, outro importante representante dos peemedebistas da Câmara é o ex-deputado Eduardo Cunha, preso em Curitiba por ordem do juiz Sergio Moro. O acordo foi assinado na tarde de ontem, na sede da PGR.


As revelações de Funaro serão utilizadas nas denúncias contra Temer que Rodrigo Janot deve oferecer antes de deixar a Procuradoria. Denunciado por corrupção passiva, o presidente é investigado ainda em inquéritos que apuram os crimes de obstrução de Justiça e organização criminosa. Nos dois casos, o corretor deve contribuir com informações.


Os temas dos anexos entregues por Funaro foram aceitos por Janot e a partir desta semana ele inicia uma rodada de depoimentos aos procuradores da Lava Jato. Para facilitar a logística, o corretor novamente deixou o Complexo Penitenciário da Papuda e está na Superintendência da Polícia Federal em Brasília.


Funaro chegou na PF na segunda-feira, 21. Passou a tarde conversando com a equipe do advogado Antônio Figueiredo Basto, responsável pela negociação. Por volta das 18 horsa, recebeu a visita do delegado Marlon Cajado, responsável pela investigação da operação Patmos, desdobramento da delação da JBS.


Após uma conversa, os dois saíram em uma viatura da PF com destino à Procuradoria-Geral da República onde foi realizada uma última conversa na qual o conteúdo do acordo foi fechado.


Entretanto, Funaro e a PGR modificaram algumas cláusulas da minuta do acordo o que arrastou a assinatura para ontem. Durante a tarde, Funaro chegou a ir para a Justiça Federal de Brasília, onde teria uma audiência da ação penal da Operação Sepsis, na qual foi preso em 1º de julho de 2016.


No local, Funaro e seu advogado, Bruno Espiñeira, informaram ao juiz Vallisney de Souza Oliveira o compromisso agendado para assinatura do acordo na PGR.


Por volta das 13h25min o corretor deixou o prédio da Justiça e seguiu para PGR em uma viatura da Polícia Federal onde assinou a colaboração
premiada. (Agência Estado)

 

Saiba mais


Delação


Funaro promete explicar aos investigadores como o PMDB da Câmara atuava em órgãos públicos sob o controle de seus integrantes. O corretor foi alvo de duas operações, a Sépsis e a Cui Bono?. A primeira apura sua atuação no Fundo de Investimento do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço, o Fi-FGTS, e a segunda mira sua influência na vice-presidência de pessoas jurídica das Caixa durante a gestão de Geddel Vieira Lima.

 

Adriano Nogueira

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