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Às vésperas de sessão, Temer ainda busca votos contra denúncia

2017-08-01 01:30:00
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A dois dias de ter a admissibilidade da denúncia de corrupção passiva votada na Câmara, o presidente Michel Temer (PMDB_ busca garantir sua salvação. Na intenção de ampliar a margem de vantagem na votação, ele mantém agenda cheia, com encontros com parlamentares e até visita ao Rio de Janeiro. A oposição, que admite não ter os votos necessários para barrar a denúncia, articula ampla ausência para adiar a sessão do dia 2 de agosto.

[SAIBAMAIS]

No domingo, Temer chamou o senador Aécio Neves, presidente do PSDB, para uma conversa. Haverá ainda nesta terça encontro com a chamada “bancada do boi” em Brasília. Os tucanos ensaiam abandonar a aliança com o governo desde o vazamento dos áudios entre Temer e o dono da JBS, Joesley Batista.


Em visita rápida ao Rio de Janeiro, o presidente garantiu ainda que as tropas federais que fazem parte de operação de segurança pública poderão continuar atuando no Estado até o fim de 2018. Governado pelo PMDB de Temer, o Rio passa por crise financeira que tem atingido vários braços do setor público.


Se a oposição decidir conceder o quórum necessário, os que apoiam a investigação deverão reunir um mínimo de 342 votos (2/3 dos 513 deputados) para autorizar o Supremo Tribunal Federal (STF) a avaliar a denúncia e definir se Temer será levado a julgamento.


Mas a tarefa tem se mostrado difícil, admitem até os que apoiam a abertura da investigação contra o presidente mais impopular dos últimos tempos. “Nós não devemos marcar presença, porque na hora que a gente não marca a presença, não vai dar quórum, e aí não vota, fica para a próxima semana, a gente não dá quórum de novo, e assim por diante”, disse o deputado da oposição Silvio Costa (PTdoB-PE).


A expectativa da oposição é de que novos fatos da Operação Lava Jato ou mais uma denúncia da Procuradoria Geral da República (PGR) possam pender a balança a favor da admissibilidade da denúncia.


De acordo com levantamentos preliminares, a oposição está longe de atingir os 342 votos necessários. O PT tem sido criticado porque supostamente não estaria tão empenhado em conseguir a aprovação. No Congresso, a estratégia é vista como forma de “sangrar” o governo e facilitar a eleição para Lula em 2018.


O líder do PT, Carlos Zarattini (SP), nega que haja essa intenção. “Não existe essa conversa de deixar o presidente da República sangrar, porque a cada dia que passa ele prejudica mais a população brasileira, nós estamos vendo um verdadeiro desgoverno no País”, afirmou.


Ele também disse que vai questionar o rito definido pelo presidente da Câmara Rodrigo Maia e a possibilidade de ser apresentado um requerimento para encerrar a discussão após poucos debates e da não permissão para que os líderes dos partidos se manifestem durante a sessão. (com agências de notícias)

 

Saiba mais


Aliados mantêm voto

Mesmo com a pesquisa do Ibope que aponta que mais de 70% respondentes consideram deputados que votarem a favor de Temer cúmplices de corrupção, os aliados cearenses do presidente continuam firmes em defesa da blindagem do peemedebista.

Justificativas

Domingos Neto (PSD) afirma que a questão é jurídica e que, se a pesquisa retratasse a realidade, as ruas estariam cheias de manifestantes. O deputado Danilo Forte (PSB) justifica que o momento deve ser de zelo pelo futuro e pela estabilidade. Anibal Gomes (PMDB) argumenta que, com eleições no ano que vem, não vale a pena tirar outro presidente do poder.

Inédito

Caso a denúncia seja acatada na Câmara, Temer será o primeiro chefe de Estado em função a ser denunciado por um crime comum.

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Isabel Filgueiras

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