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PSDB a um passo do rompimento com Michel Temer

2017-07-06 01:30:00

Posição do PSDB no Congresso Nacional sinaliza movimento de “desembarque” do governo de Michel Temer (PMDB). De acordo com deputados tucanos ouvidos pelo O POVO, “o partido está dividido”, mas “aderência à tese de rompimento está aumentando” e o “divisor de águas” deve ser a votação da admissão da denúncia contra o presidente da República na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ). Segundo Tasso Jereissati, presidente interino do PSDB, a “posição do partido é cada vez mais clara” de “desembarque” e “oposição” ao governo.


“A grande maioria já está se posicionando. Não dá para controlar, as coisas vão acontecendo”, disse o senador cearense.


Na avaliação do deputado federal Fábio Sousa (PSDB-GO), “tem uma parte que ainda quer apoiar o governo”, mas a parte do grupo que quer o rompimento, “que se chama de ‘desembarque’, está aumentando”.


Ele acredita que a votação na CCJ relativa à denúncia contra Temer, onde se projeta votação favorável de seis dos sete deputados tucanos, deve ser o último passo para decisão de rompimento.


“A denúncia é muito grave. Você já vai ver posicionamentos diferentes do que a cúpula do partido queria. O divisor de água vai ser a denúncia. Éramos minoria, mas estamos crescendo”, avaliou o parlamentar goiano.


Que o “PSDB está dividido”, já é “fato público”, conforme admite Daniel Coelho (PSDB-PE). “O partido há muito tempo tem parlamentares a favor da retirada do governo. Evidentemente, no debate atual, os que defendem a saída ganham mais apoio. A expectativa de apoio na CCJ é nesse sentido”, revela Coelho.


Do lado dos que ainda defendem permanência da sigla na gestão Temer, Caio Nárcio (PSDB-MG) crê que o partido tem que exercer função política “com o propósito de apoiar e ajudar o Brasil a sair da crise”. “E tem ajudado a fazer isso. Agora na reforma trabalhista; com os ministros, que têm dado boa colaboração e uma ‘reformada’ na atividade do governo”, une.


Ainda indeciso, o cearense Raimundo Gomes de Matos (PSDB) acredita que restam poucos dias para que “se possa sinalizar uma posição”. Para ele, contudo, pelo “aspecto econômico” e “responsabilidade do partido com o País”, seria preferível “um processo eleitoral normal” e não mais outra troca de presidente.

 

Daniel Duarte

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