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Moro confirma depoimento de Lula no dia 13/9

2017-07-29 01:30:00
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O juiz Sergio Moro, da Operação Lava Jato, confirmou para o próximo 13 de setembro novo interrogatório do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, desta vez na ação penal em que o petista é réu por suposto recebimento de propinas da empreiteira Odebrecht. Pela segunda vez, Moro e Lula vão ficar cara a cara.


Moro havia sugerido que o novo depoimento de Lula fosse realizado por videoconferência - o ex-presidente prestaria depoimento na Justiça Federal em São Paulo, evitando seu deslocamento a Curitiba, onde fica a 13ª Vara Federal, de titularidade de Moro, responsável pelos processos da Lava Jato em primeira instância judicial.


O juiz alegou que a medida poderia evitar “gastos indesejáveis”, referindo-se ao formidável aparato de segurança pública mobilizado da primeira vez em que ele e o petista se encontraram - em maio passado, Lula foi interrogado por Moro pela primeira vez nos autos da ação penal do caso triplex.


Na ocasião, milhares de manifestantes tomaram as ruas de Curitiba, em apoio a Lula. Apesar da sugestão do juiz, Lula abriu mão da videoconferência. Por meio de seus advogados, o ex-presidente comunicou que é seu desejo depor
pessoalmente a Moro.


“Diante da recusa, o interrogatório será presencial”, decidiu ontem o juiz da Lava Jato.


Moro também resolveu que a audiência será gravada da mesma forma como já foi feito em ação penal conexa.


Neste processo, segundo a denúncia do Ministério Público Federal, Lula é acusado de corrupção passiva e de lavagem de dinheiro em razão de contratos firmados entre a Petrobras e a Odebrecht.


A acusação aponta que parte das propinas pagas pela Odebrecht foi lavada mediante a aquisição, em benefício do ex-presidente, do imóvel localizado na Rua Dr. Haberbeck Brandão, 178, em São Paulo, em setembro de 2010, que seria usado para a instalação do Instituto Lula.


A força-tarefa da Lava Jato afirma que o acerto do pagamento da propina supostamente destinada ao ex-presidente foi intermediado pelo então deputado federal Antonio Palocci (ex-ministro de Lula e Dilma), com o auxílio de seu assessor parlamentar Branislav Kontic, que “mantinham contato direto com Marcelo Odebrecht, auxiliado por Paulo Melo, a respeito da instalação do espaço institucional pretendido pelo petista”.


De acordo com os procuradores do Ministério Público Federal, valores destinados a Glaucos da Costamarques - primo do pecuarista José Carlos Bumlai, amigo de Lula -, por sua atuação na compra do terreno para o Instituto Lula, foram repassados para o ex-presidente na forma da aquisição da cobertura contígua à sua residência em São Bernardo de Campo. (Agência Estado)

 

Saiba mais


O depoimento do ex-presidente do Banco do Brasil e da Petrobras Aldemir Bendine foi marcado para segunda-feira, 31. A delegada da Polícia Federal, Renata da Silva Rodrigues, também está programado para o mesmo dia os depoimentos de André Gustavo Vieira da Silva e Antônio Carlos Vieira da Silva, supostos operadores financeiros. “Na data de ontem, foram também cumpridos os mandados de prisão temporária de Antônio Carlos Vieira da Silva Júnior, André Gustavo Vieira da Silva e Aldemir Bendine, os quais serão ouvidos em 31 de julho de 2017”, afirmou a delegada.

 

Adriano Nogueira

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