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Michel Temer lança ofensiva para derrotar denúncia na Câmara

2017-07-11 01:30:00
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O vale-tudo para tentar barrar a denúncia na Câmara dos Deputados resultou na alteração de 17 membros da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) desde o final do mês passado, quando o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, denunciou o presidente Michel Temer (PMDB) por corrupção passiva.

[SAIBAMAIS]

A ingerência do Planalto na composição da comissão não garantiu, porém, votos suficientes a favor do presidente. Temer precisa de apoio para rejeitar o relatório do deputado Sérgio Zveiter (PMDB-RJ), que deu parecer favorável aos argumentos de Janot. A maioria dos 66 integrantes não se manifestou ainda sobre o voto. Até ontem, apenas 14 parlamentares dos 34 necessários declararam lealdade ao presidente.


Líderes partidários alvos do Planalto têm substituído integrantes da comissão, tendo em vista a dificuldade do peemedebista de conquistar apoio. Pelo menos R$ 1,8 bilhão em emendas parlamentares foram liberados no mês passado.


A estratégia de mudança na composição, reprovada pelo presidente da CCJ, deputado Rodrigo Pacheco (PMDB-MG), gerou confusão e bate-boca na noite de ontem, no momento da leitura do parecer do relator.


O deputado Delegado Waldir (PR-GO) acusou o PR de vendê-lo após a substituição. “Soube, através da imprensa, que fui tirado (da CCJ). Me venderam. Fui vendido. Nojento, isso. É barganha, é barganha. Sabe o que é barganha para se manter no governo? É isso, é barganha”, rebateu, inconformado.


“Governo corrupto, vai cair. Esse governo é bandido, é covarde”, gritou o parlamentar goiano. A oposição manifestou solidariedade ao deputado.


Retirado da CCJ, o deputado Major Olímpio (SD-SP) questionou a validade das mudanças e foi vaiado. “É uma vergonha o que estão fazendo. Criminosos”, bradou.


Com a aproximação da votação no plenário da Câmara, o governo tem se reunido no Palácio do Jaburu nos últimos dias para tentar reverter voto.


Da tropa de choque do presidente, o deputado Carlos Marun (PMDB-RS) defendeu que as mudanças rendem votos suficientes. Ele avalia como naturais as alterações na CCJ. “Estamos escalando a seleção para essa partida”, comparou.


O vice-líder do governo na Câmara, Beto Mansur (PRB-SP), disse que Zveiter “rasgou” o diploma e concluiu que o voto foi “muito fraco”. Mansur acusou a oposição de usar uma denúncia sem comprovação de fatos para fazer disputa política e partir para o revanchismo.

“A oposição quer dar o troco no impeachment da presidente Dilma Rousseff”, afirmou. (com agências)

 

Wagner Mendes

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