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Um governo zumbi e o País a reboque

2017-06-26 01:30:00

Patinando nos seus 7% de popularidade, o presidente Michel Temer (PMDB), após vexatória passagem por Rússia e Noruega, encara uma semana considerada crucial para seu futuro político. No Supremo Tribunal Federal (STF), os ministros devem aceitar por quase unanimidade a validade da delação premiada dos executivos da JBS, o que fortalece ainda mais a denúncia a ser apresentada nos próximos dias pela Procuradoria Geral da República (PGR), principalmente após a Polícia Federal atestar que não houve edição na gravação de conversa imoral - realizada na calada da noite - entre o peemedebista e o empresário Joesley Batista. O mandatário número um do País é acusado de envolvimento com pelo menos três crimes: corrupção passiva, obstrução de Justiça e organização criminosa. No Senado, a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) começa a analisar o projeto de reforma trabalhista recém-rejeitado pela Comissão de Assuntos Sociais (CAS).A batalha não deve fácil em face da deterioração da base de Michel Temer. O cenário é nebuloso. Dos 27 membros do colegiado, pelo menos 13 são abertamente contrários à aprovação da medida, incluindo nomes de partidos aliados. Outros dois senadores têm voto imprevisível, o que pode impôr uma nova derrota ao governo. Mesmo indo a plenário, a proposta chegaria bastante fragilizada, obrigando o Executivo a fazer novas e perigosas concessões. Caso o PSDB concretize a ameaça de romper com o Palácio do Planalto, a situação ficaria ainda mais delicada, uma vez que a sigla tem a segunda maior bancada da Casa. Com as mudanças na legislação trabalhista enfrentando tantas barreiras e uma reforma previdenciária travada no Congresso, são grandes as chances de Michel Temer focar esforços para conseguir apenas salvar seu mandato, mesmo que isso represente o agravamento da crise político-econômica que maltrata o País há mais de dois anos.

 

Ítalo Coriolano, editor-adjunto de Conjuntura

Adriano Nogueira

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