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Romero Jucá acirra tensão entre governo Temer e PSDB

2017-06-09 01:30:00
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Após adiar o encontro em que decidiria se fica ou sai do governo de Michel Temer, o PSDB agora sofre novas pressões. O presidente do PMDB Romero Jucá ameaçou não apoiar os tucanos nas eleições de 2018 caso eles optem pelo desembarque do governo. A declaração acirrou o mal estar entre peemedebistas e tucanos.

[SAIBAMAIS]

“Se o PSDB deixar hoje a base, vai ficar muito difícil de o PMDB apoiá-los nas eleições de 2018. Política é feita de reciprocidade”, disse ao jornal Folha de S. Paulo.


Para os tucanos, a fala de Jucá soou como “chantagem” e “ameaça”. De acordo com o deputado Raimundo Gomes de Matos (CE), a declaração deixou vários colegas indignados e que mudou o cenário de negociações pela permanência da legenda no governo. “Todos já estão querendo que o PSDB responda à altura. Na hora que se quer juntar, unir, fazer proposta, ele vem dizer isso. Jucá perdeu uma oportunidade de ajudar o Brasil”, afirmou.


Na tarde de ontem, o presidente interino do PSDB, Tasso Jereissati, se reuniu com Jucá para debater a relação entre os dois partidos. Um dia antes, Tasso havia declarado que fatos novos, como o uso do avião da JBS por Temer, faziam com que deputados e senadores mudassem de “pensamento”.


A plenária tucana, que estava prevista para ontem e foi remarcada para a segunda-feira, vai reunir congressistas, governadores e presidentes estaduais do partido para definir se continua em aliança com Temer.


Os rumores é de que a tendência dentro do partido, por pressões das bases eleitorais, era a de deixar o governo Temer. No entanto, deputados como o Silvio Torres (SP) lembra que a entrega de cargos não está vinculada à falta de apoio para aprovar reformas.


Divisão interna

“PSDB de São Paulo defende rompimento total com o governo”, diz presidente do partido em São Paulo, Pedro Tobias. Depois de idas e vindas sobre o desembarque, a frente paulista pode ter chegado ao entendimento de deixar o governo. Em contradição, o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso e o prefeito da Capital João Dória preferem a manutenção da aliança com Temer. São Paulo é um exemplo do clima de divisão dentro da sigla que sofre pressão do governo federal e das ruas e do eleitorado. No entanto, em geral, os tucanos concordam que a decisão só deve ser tomada após resultado do julgamento da chapa Dilma-Temer no TSE.

Os diretórios do Rio Grande do Sul e do Rio teriam se posicionaram a favor da saída do PSDB. Entretanto, os ministro tucanos, Antonio Imbassahy (Secretaria de Governo), Aloysio Nunes (Relações Exteriores) e Bruno Araújo (Cidades) tentam negociar para continuar nos cargos e convencer os colegas a manter o apoio tucano ao governo.

 

Isabel Filgueiras

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