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Políticos e especialistas avaliam que não haverá cassação da chapa

2017-06-05 01:30:00
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Julgamento da chapa eleitoral Dilma Rouseff (PT) - Michel Temer (PMDB) no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) retoma amanhã em meio à maior crise política do governo e sob pressão de diversos setores, inclusive de parte considerável do Congresso Nacional, para a derrubada do presidente. Apesar do momento conturbado, a principal aposta de políticos e de especialistas é que não haverá cassação.


Essa também é a aposta de Temer, que vem se reunindo com representantes da base aliada para manter a governabilidade e aprovar reformas. O julgamento ocorre três dias depois da prisão do ex-assessor do presidente, o também ex-deputado Rocha Loures, pego com mala com R$ 500 mil em propinas da JBS. As novas acusações contra Temer, porém, não foram incluídas no processo, que trata de abuso de poder político e econômico.

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“Dificilmente esses novos acontecimentos vão influenciar, porque se Rocha Loures for fazer delação, não será agora, vai demorar para homologar, e o julgamento do TSE tende a ser mais técnico”, explica o cientista político David Fleischer, da UnB. “Essa sem dúvida seria a saída menos dolorosa, mas o TSE nem é um tribunal de última instância, então o Temer poderia apelar ainda para o STF e permanecer no cargo”.


Foram marcadas quatro sessões para o julgamento. A primeira acontece amanhã, Às 19 horas, quando haverá a leitura do relatório do ministro Herman Benjamin. No dia 7 ocorre outra, também às 19 horas, e no dia 8 mais duas, uma às 9 e outra às 19 horas.


Fleischer acredita que o julgamento será adiado por mais alguns meses com um pedido de vista. É o que acredita parte dos petistas, segundo informações de bastidores do Congresso Nacional da sigla, ocorrido neste fim de semana. Foi o que afirmaram, inclusive, o ex e a atual presidente do partido, respectivamente, Rui Falcão e a senadora Gleisi Hoffmann.
O deputado federal Raimundo Gomes de Matos (PSDB), da base de Temer, disse que a “expectativa nos corredores de Brasília, entre vários segmentos”, é de que haja um pedido de vista. Ele argumenta que as delações da JBS só devem interferir no julgamento se ele não for feito de forma técnica. Ele afirmou que o PSDB se reúne na quarta, em meio aos dias de julgamento, para decidir se ficará ou não na base do governo.
Já o Planalto estima que serão cinco votos pela absolvição e dois pela condenação, um da ministra Rosa Weber e o outro do relator do processo, o ministro Herman Benjamin. É o que também acredita o ex-governador Ciro Gomes (PDT), pré-candidato à Presidência. Segundo ele, a forma mais rápida de Temer deixar o cargo agora seria através de uma denúncia da Procuradoria-Geral da República. (Letícia Alves-leticiaalves@opovo.com.br)

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Adriano Nogueira

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