Investigadores da Operação Patmos suspeitam que o diretor jurídico da Marimex Inteligência Portuária, Edgard Laborde Gomes, seja o “Edgard” citado em conversa entre o ex-assessor do presidente Michel Temer Rodrigo Rocha Loures e o executivo da J&F Ricardo Saud.

A agência Estado confirmou com dois investigadores que uma das linhas de investigação sobre o nome citado na gravação mira no executivo da empresa que atua no Porto de Santos.

A Polícia Federal perguntou a Temer sobre um certo “Edgard”. É a 47ª indagação, de 82 questionamentos ao presidente, que é alvo de inquérito na Operação Patmos por suspeita de corrupção passiva, obstrução de Justiça e organização criminosa

Em nota, Edgard, que é advogado, disse que já manteve escritório no mesmo prédio em que Temer “há mais de 20 anos”. Mas, apesar de afirmar que “de uns 20 anos para cá”, ele não teve qualquer contato com o presidente, a mesma nota de sua assessoria diz que os dois se encontraram na assinatura do decreto que prorrogou por 70 anos as concessões no Porto de Santos.

Temer, por meio de sua assessoria, foi taxativo e negou contato com Edgard. “O presidente Michel Temer desconhece a empresa citada e os personagens a ela relacionados”, informou o Palácio do Planalto. Após ser confrontada com a resposta do advogado, a comunicação do Planalto informou que o presidente “tem contato com milhares de pessoas todos os anos” em razão de suas “atividades políticas e profissionais”.