PUBLICIDADE
VERSÃO IMPRESSA

Julgamento vira palco para ataques ao MP

2017-06-10 01:30:00

O julgamento da chapa Dilma Rousseff/Michel Temer no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) virou palco para críticas abertas ao Ministério Público e às delações premiadas. Um dos motivos para as manifestações foi o pedido do vice-procurador-geral eleitoral Nicolao Dino para que o ministro Admar Gonzaga fosse declarado impedido por ter advogado para a campanha de Dilma em 2010.


Como reação, o presidente da corte, Gilmar Mendes, sugeriu que o MP tentava coagir o tribunal. “O MP tem de se pautar pela lealdade processual. Ele não pode surpreender o tribunal. Esse fato não foi conhecido pelo Ministério Público neste momento, é preciso que o Ministério Público assuma o seu papel e respeite o tribunal.”


Dino reagiu: “Não aceito a crítica. O MP não é réu nesta ação. Não há denúncia”.


Gonzaga defendeu seu direito de participar do julgamento. “Esse represamento tático não vai me constranger. Engana-se quem pensa que eu serei constrangido”, afirmou durante o julgamento.

O ministro Tarcísio Vieira de Carvalho também defendeu seu colega: “A informação não poderia ser estocada para surpreender o tribunal”. Ambos foram indicados ao TSE neste ano por Temer.


As críticas ao MP e às delações premiadas partiram dos quatro ministros que votaram para absolver o presidente. Do outro lado, a ministra Rosa Weber elogiou o trabalho “excepcional” dos procuradores da República.


Exaltado, o ministro Napoleão Nunes Maia Filho puxou a discussão sobre as delações premiadas e mencionou que foi alvo de uma notícia sobre a citação a seu nome em negociação da OAS. (Agência Estado)

 

Saiba mais


Defesa de Dilma


O advogado da ex-presidente Dilma, Flávio Caetano, comemorou a absolvição da chapa Dilma/Temer em 2014, por 4 votos a 3, no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), e avaliou que a vitória reforçará a defesa da ex-presidente também no Supremo Tribunal Federal (STF), onde ela busca a anulação do impeachment.


Segundo ele, Dilma continuará buscando no STF uma decisão que reverta o impeachment aprovado no Congresso em 2016. “O julgamento reforça o fato de que o que houve no Parlamento foi um golpe”, completou.

 

Adriano Nogueira

TAGS