Julgamento vira palco para ataques ao MP
O julgamento da chapa Dilma Rousseff/Michel Temer no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) virou palco para críticas abertas ao Ministério Público e às delações premiadas. Um dos motivos para as manifestações foi o pedido do vice-procurador-geral eleitoral Nicolao Dino para que o ministro Admar Gonzaga fosse declarado impedido por ter advogado para a campanha de Dilma em 2010.
Como reação, o presidente da corte, Gilmar Mendes, sugeriu que o MP tentava coagir o tribunal. “O MP tem de se pautar pela lealdade processual. Ele não pode surpreender o tribunal. Esse fato não foi conhecido pelo Ministério Público neste momento, é preciso que o Ministério Público assuma o seu papel e respeite o tribunal.”
Dino reagiu: “Não aceito a crítica. O MP não é réu nesta ação. Não há denúncia”.
Gonzaga defendeu seu direito de participar do julgamento. “Esse represamento tático não vai me constranger. Engana-se quem pensa que eu serei constrangido”, afirmou durante o julgamento.
O ministro Tarcísio Vieira de Carvalho também defendeu seu colega: “A informação não poderia ser estocada para surpreender o tribunal”. Ambos foram indicados ao TSE neste ano por Temer.
As críticas ao MP e às delações premiadas partiram dos quatro ministros que votaram para absolver o presidente. Do outro lado, a ministra Rosa Weber elogiou o trabalho “excepcional” dos procuradores da República.
Exaltado, o ministro Napoleão Nunes Maia Filho puxou a discussão sobre as delações premiadas e mencionou que foi alvo de uma notícia sobre a citação a seu nome em negociação da OAS. (Agência Estado)
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Defesa de Dilma
O advogado da ex-presidente Dilma, Flávio Caetano, comemorou a absolvição da chapa Dilma/Temer em 2014, por 4 votos a 3, no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), e avaliou que a vitória reforçará a defesa da ex-presidente também no Supremo Tribunal Federal (STF), onde ela busca a anulação do impeachment.
Segundo ele, Dilma continuará buscando no STF uma decisão que reverta o impeachment aprovado no Congresso em 2016. “O julgamento reforça o fato de que o que houve no Parlamento foi um golpe”, completou.
Adriano Nogueira