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Há evidências "com vigor" de que Temer cometeu corrupção, afirma PF

2017-06-21 01:30:00
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O relatório parcial enviado pela Polícia Federal ao Supremo Tribunal Federal (STF) nesta segunda, 19, afirma que, pelos elementos reunidos no inquérito que tem como alvo o presidente Michel Temer, “são incólumes as evidências” da prática de corrupção passiva “com vigor” por parte peemedebista e de seu ex-assessor especial Rodrigo da Rocha Loures.


No documento, a PF afirma que foi dada tanto a Rocha Loures quanto a Temer a oportunidade de “esclarecer diversos fatos”, mas o presidente optou por não responder às mais de 80 perguntas feitas pela instituição, além de ‘surpreendentemente’ pedir o arquivamento do inquérito.


“Diante do silêncio do mandatário maior da Nação e de seu ex-assessor especial, resultam incólumes as evidências que emanam do conjunto informativo formado nestes autos, a indicar, com vigor, a prática de corrupção passiva”, disse.


Para a Polícia Federal, está claro que Temer indicou Rocha Loures como interlocutor ao empresário Joesley Batista, um dos donos da JBS, durante a conversa que os dois tiveram no Palácio do Jaburu, em 7 de março.


O ex-assessor de Temer, então, teria atuado em favor dos interesses do grupo J&F em processo administrativo em trâmite no Conselho Administrativa de Defesa e Econômica (Cade), inclusive fazendo ligação para o presidente interino do Cade, Gilvandro de Araújo.


Pagamento

Segundo a PF, em conversa com Joesley, Rocha Loures disse que Araújo havia “entendido o recado” e os dois teriam passado a combinar como seria realizado o pagamento de R$ 500 mil ao ex-assessor de Temer, que foi efetuado em uma pizzaria em São Paulo.

 

Além de Temer e Rocha Loures, a PF também indica que Joesley e o empresário Ricardo Saud respondam por corrupção ativa, por terem “oferecido e prometido vantagem indevida a servidor público”.


Em outro documento enviado ao STF, a Polícia Federal pede mais cinco dias para concluir as investigações.


Segundo a entidade, o relatório parcial aponta “pagamento de vantagem indevida” de maneira “remota” ao presidente e “imediatamente” ao seu ex-assessor pela transação no Cade, mas é necessário mais prazo para dar prosseguimento a investigações relacionadas a outros dois fatos: se houve pagamentos periódicos ao deputado cassado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) e Lúcio Bolonha Funaro, como forma de mantê-los em silêncio, ou seja, evitando eventual celebração de acordo de colaboração premiada deles, e para a confissão que Joesley fez a Temer que estava corrompendo magistrados e membros do Ministério Público.


A PF também diz ser “recomendável” esperar a conclusão da perícia na conversa gravada entre Temer e o empresário Joesley Batista para emitir conclusões sobre se houve tentativa de embaraço à investigação. (AE)

 

Adriano Nogueira

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