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Fórum Clóvis Beviláqua vive dia de tensão nos corredores

2017-06-14 01:30:00

O clima nos bastidores do Fórum Clóvis Beviláqua, horas depois da saída dos agentes da Polícia Federal, era de tensão. Para ter acesso às dependências da unidade, O POVO teve de aguardar autorização da Diretoria do Fórum, que insistiu, por meio da assessoria de imprensa, que somente o Tribunal de Justiça do Ceará (TJ-CE) poderia dar informações sobre o caso.


Já nos corredores do prédio, receosos, servidores e funcionários se recusavam a comentar ou descrever aquilo que viram durante a ação da PF, que começou logo cedo, por volta das 6h, e se encerrou perto das 8h, quando o expediente estava apenas começando.


Outros aceitaram falar, sob a condição de anonimato, e tentaram aparentar normalidade no desempenhar das atividades. Eles relataram que pelo menos oito policiais, divididos em duas equipes, vasculharam os gabinetes dos juízes titulares da 4ª e 5ª Varas Cíveis, Onildo Antônio Pereira da Silva e José Edmilson de Oliveira, respectivamente, que seriam os principais alvos dos mandados. Ambos não haviam comparecido ao fórum até a tarde de ontem.


Um dos funcionários contou que as portas não precisaram ser arrombadas. Guardas do prédio que tinha acesso às chaves abriram as salas para que os federais entrassem. Computadores dos servidores não foram levados. As buscas se concentraram somente nos equipamentos utilizados pelos magistrados, que ficavam no interior dos gabinetes.


O acesso às salas se dá pelas respectivas varas, onde são julgados casos de despejo, consignação, busca e apreensão, indenização, usucapião, concessão de alvarás, execução, reparação de danos e medidas cautelares, entre outros.


Com a saída dos federais, funcionários passaram a trocar mensagens e ligações entre si, comentando sobre o ocorrido e buscando explicações. Eles não souberam informar, porém, que tipo de material havia sido levado dos gabinetes. (Thiago Paiva)

 

Adriano Nogueira

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