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Fachin aumenta prazo para Temer responder às 82 perguntas da PF

2017-06-07 01:30:00
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O relator da Operação Lava Jato no Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Edson Fachin, atendeu a pedido da defesa e autorizou que o presidente Michel Temer responda às 82 perguntas da Polícia Federal (PF) impreterivelmente até a próxima sexta-feira, 9, às 17 horas.

[SAIBAMAIS]

“Em análise pautada pelo princípio da razoabilidade compreendo possível deferir o pleito, especialmente considerando o número de perguntas formuladas, bem como o fato de que, em princípio, não adviria prejuízo à investigação a postergação do prazo anteriormente fixado”, afirmou Fachin na decisão.


Na semana passada, Fachin havia dado 24 horas para Temer responder as indagações dos investigadores. Como as perguntas foram enviadas pela PF na segunda-feira, 5, o prazo do peemedebista encerraria na tarde desta terça-feira, 6.


Ontem, o advogado de defesa Antônio Mariz apresentou um recurso ao STF pedindo para ampliar o prazo até o final desta semana. De acordo com Mariz, seria “absolutamente impossível” exigir uma manifestação dele em apenas um dia por causa da “complexidade” e da “quantidade surpreendente” das interrogações.


“A análise de cada uma das 82 indagações imporá um grande esforço de S. Excelência, que não poderá descuidar das obrigações inerentes ao cargo, dentre as quais a de cumprir a sua carregada agenda, marcada por compromissos que lhe ocupam mais de 15 horas por dia”, dizia o pedido do advogado.


Em outro despacho, Fachin afirmou que Temer não precisaria responder a todos os questionamentos. Segundo o ministro, o presidente tem o direito constitucional de não produzir provas contra si. A defesa, no entanto, afirmou agora que o presidente quer esclarecer todas as dúvidas relacionadas à gravação da conversa com o dono da JBS, Joesley Batista, mesmo com a perícia não concluída, por serem “de fundamental importância para a sua defesa”.


As perguntas

Entre as perguntas formuladas pela PF, Temer terá de responder por que se encontrou, em março, com Joesley Batista - a quem o próprio presidente, em declaração pública, classificou de ‘conhecido falastrão’ - fora da agenda oficial e quais eram suas intenções quando disse ao empresário “tem que manter isso”. Todas dizem respeito à investigação sobre inquérito em que o presidente é acusado de corrupção, obstrução de justiça e organização criminosa.

 

Saiba mais


A defesa do presidente Michel Temer considerou a proximidade do prazo para responder aos questionamentos com o julgamento do TSE uma tentativa de Rodrigo Janot de "constranger" o tribunal a condenar Temer. Ele mergulhou em sua pior crise política após ser gravado na noite de 7 de março pelo empresário Joesley Batista, da JBS, no Palácio do Jaburu. O áudio é peça chave do inquérito da PF que põe o presidente sob suspeita de corrupção e lavagem de dinheiro.

 

Adriano Nogueira

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