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Denúncia de Janot e racha no PSDB ameaçam Temer no Congresso

2017-06-12 01:30:00
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Se a semana passada terminou vitoriosa para o presidente Michel Temer (PMDB), após absolvição no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), hoje o clima de tensão volta a assombrar o Palácio do Planalto. A expectativa é de que o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, apresente denúncia contra Temer ainda esta semana. Antes, no entanto, a ação deve ser autorizada pelo Congresso.

[SAIBAMAIS]

O problema é que o PSDB, principal aliado do governo no parlamento, avalia deixá-lo em meio à crise. Está marcada para hoje reunião em que os tucanos devem decidir se desembarcam do governo. De acordo com levantamento feito pelo jornal Folha de S. Paulo, o partido está rachado. Entre os entrevistados, 19 parlamentares querem ficar e 19 preferem romper. Há pelo menos 11 indecisos e sete que não foram consultados.


Desde que as delações da JBS implicaram Temer, uma ala de tucanos passou a defender a ruptura com o governo. Eles temem que a impopularidade de Temer contamine o PSDB nas eleições de 2018. A cada fato novo, a aliança estremece. Nos bastidores, outro grupo de tucanos argumenta que, após o TSE, é preciso agora esperar a denúncia contra Temer que o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, deve enviar até o fim de junho.


“Temos que nos preocupar também com os 14 milhões de desempregados no Brasil e, sobre esse aspecto, é que o PSDB deve decidir”, afirmou o líder do PSDB na Câmara, Ricardo Tripoli (SP).

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Os grupos de Geraldo Alckmin e do senador afastado Aécio Neves (MG) atuam para evitar o desembarque agora. A avaliação de “aecistas” é de que o rompimento dos tucanos com o governo Temer pode prejudicar o mineiro. O pensamento é de que, caso o PSDB desembarque, o PMDB, maior partido do Congresso, atuará para que o tucano seja cassado. Aécio foi fortemente atingido pela delação da JBS.


Dos quatro ministros do PSDB, Aloysio Nunes (Relações Exteriores) e Antônio Imbassahy (Secretaria de Governo) também trabalham contra o rompimento. Os ministros e o próprio Temer entraram em campo na semana passada e conversaram pessoalmente ou por telefone com parlamentares tucanos para tentar conter o movimento favorável ao desembarque.


Mesmo os tucanos que defendem a saída do governo, não vinculam o desembarque ao apoio para as reformas. Presidente interino da sigla, Tasso sinalizou que o partido votaria pelas medidas, mesmo sem cargos ou ministérios.


Denúncia de Janot

Caso tenha o aval do Congresso, a denúncia de Janot contra Temer pode ou não ser acatada pelo Supremo Tribunal Federal. Se for aceita, Temer viraria réu e teria de ser afastado da Presidência. Neste caso, quem assume é o presidente da Câmara Rodrigo Maia (DEM).

 

Há ainda a possibilidade de eleições indiretas em que o PSDB certamente lançaria um candidato. Os desafios de Temer no Congresso vão além aprovação das reformas, sobretudo a polêmica proposta das mudanças na Previdência. Neste momento, ele luta pela sobrevivência no assento presidencial. (Agência Estado)

 

Isabel Filgueiras

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