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Retrocesso é "inadmissível", afirma presidente da ANPR

2017-05-16 01:30:00
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Começou ontem a corrida para a sucessão da vaga na Procuradoria-Geral da República (PGR). Com a aproximação do fim do segundo mandato de Rodrigo Janot, titular do cargo, pelo menos seis nomes já se inscreveram no primeiro dia para escolha da lista tríplice.

[SAIBAMAIS]

Em reunião na última quarta-feira, 10, a diretoria da Associação Nacional dos Procuradores da República (ANPR) definiu o cronograma de abertura de inscrições dos candidatos para os dias 15 a 24 de maio e da campanha eleitoral para 25 de maio a 26 de junho.


Serão realizados seis debates - a votação está prevista para a última semana de junho. Na sequência, a presidência da República deverá escolher o sucessor na PGR.


Desde o primeiro mandato do ex-presidente Lula na Presidência, foi estabelecido um método de escolha do candidato mais votado na lista tríplice pelos procuradores do Ministério Público Federal (MPF). Com a mudança no comando do País, treze anos depois, a entidade, representada pelo presidente José Robalinho Cavalcanti, tenta manter a tradição.

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A ANPR chama atenção para importância da lista no processo de escolha. “Nem os procuradores da República nem o Brasil admitem qualquer solução que não seja por meio da lista tríplice formada a partir da consulta à carreira. Trata-se da escolha do chefe da instituição”, afirmou Robalinho.


Ele argumenta que todos os ministérios públicos participam da escolha de suas próprias lideranças e que qualquer "retrocesso institucional" seria inadmissível ao País. Temer não tem garantido a manutenção da lista.


Desafios

O principal desafio de quem se eleger chefe da PGR é a condução das investigações da Operação Lava Jato no âmbito dos processos envolvendo nomes com foro privilegiado, como deputados e senadores.

Com a recusa de Janot para um terceiro mandato, o nome do vice-procurador-geral Eleitoral, Nicolao Dino, irmão do governador do Maranhão, Flávio Dino (PCdoB), aparece como um dos favoritos para vencer a eleição.


No entanto, a proximidade com o grupo opositor ao presidente Michel Temer (PMDB) pode ser um dos entraves para a escolha de Dino por parte do peemedebista.


Outro nome com força interna é o da ex-vice-procuradora-geral da República, Ela Wiecko. Participação dela em uma campanha do “Fora Temer” em Portugal acabou, porém, minando o apoio à procuradora.


Candidatos mais alinhados a Temer também estão no páreo, como Raquel Dodge e Sandra Cureau. Novos postulantes devem ser colocados tendo em vista o prazo para as inscrições.


Mais discreto na condução da Lava Jato, e reconduzido no ápice das investigações, Janot poderia se candidatar a um terceiro mandato à frente da PGR, que é de dois anos.

 

Saiba mais


O grupo liderado pelo atual presidente da ANPR, José Robalinho Cavalcanti, foi reeleito para o biênio 2017/2019.


As declarações de Robalinho foram dadas após o presidente Michel Temer (PMDB) não garantir que manterá a lista tríplice para a sucessão de Janot.


Questionado, Temer afirmou que irá ver a lista. “Ela tem sido respeitada nos últimos anos, mas não há nenhuma previsão constitucional que me obrigue a segui-la”.

 

Wagner Mendes

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