A instância nacional do Partido dos Trabalhadores decidiu na tarde de ontem que o mandato de dois anos exercido pelo presidente municipal da sigla em Fortaleza vai ser dividido entre os dois candidatos que concorreram no mês passado.

O vereador Acrísio Sena, que, segundo o PT estadual, venceu as eleições por diferença de apenas três votos, vai assumir no primeiro ano.

O ex-vereador Deodato Ramalho presidirá o partido em Fortaleza na sequência.

A decisão foi tomada depois de um acordo entre os candidatos, que trocaram acusações de fraude durante o pleito. O grupo da deputada federal e ex-prefeita Luizianne Lins acusou o atual prefeito de Fortaleza, Roberto Cláudio (PDT), de interferir no processo interno da legenda. RC negou.

Por outro lado, o vereador Acrísio Sena, que é mais próximo ao governador Camilo Santana (PT) - um dos aliados dos Ferreira Gomes - disse que os defensores de Luizianne teriam pressionado a executiva nacional do partido a anular seções eleitorais, de modo a favorecer o candidato derrotado Deodato Ramalho.

A direção nacional do partido foi acionada depois de se instalar um impasse no Estado. Internamente, instâncias haviam declarado decisões contrárias, com a comissão eleitoral e a executiva estadual divergindo sobre o resultado.

Consultada, a instância estadual deu vitória a Acrísio. O parlamentar venceu Deodato por margem mínima de votos - o ex-vereador recorreu.

O resultado tem impacto direto sobre as próximas eleições para governador, em 2018, e para prefeito, em 2020. Com Acrísio presidindo a legenda, ainda que alternadamente, é possível que a oposição ferrenha do PT municipal a Roberto Cláudio se dilua um pouco.

Ao O POVO, o vereador afirmou que, “em nome da unidade do PT em Fortaleza, o acordo (com Deodato) possibilita a unidade de ação para os desafios nos próximos dois anos”. Já Deodato avaliou a decisão como uma “boa alternativa para evitar uma divisão profunda” na legenda. (Wagner Mendes)