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Procurador critica a soltura de José Dirceu

2017-05-03 01:30:00

“Esperamos que o período dele fora da prisão seja curto.” A afirmação é do procurador regional da República Carlos Fernando dos Santos Lima, da força-tarefa da Lava Jato, em Curitiba, um dos autores do pedido de prisão que levou o ex-ministro José Dirceu para a cadeia, em agosto de 2015.


A decisão da 2ª Turma do Supremo Tribunal Federal (STF), de ontem, de revogar – por três votos a dois – a prisão preventiva que pesava contra Dirceu foi o mais duro golpe contra a mega-investigação de corrupção do escândalo Petrobras, iniciada há três anos, em Curitiba.


“O que está acontecendo é a destruição lenta de uma investigação séria. Infelizmente acreditam que a população não está mais atenta, talvez anestesiada pela extensão da corrupção”, afirmou Carlos Fernando.


Ontem, o Ministério Público Federal, em Curitiba, anunciou a terceira denúncia criminal contra Dirceu no esquema de corrupção instalado na Petrobras e alertou sobre as necessidades de manutenção do petista em cárcere.


As duas denúncias anteriores já resultaram em condenações que somaram mais de 32 anos de prisão.


“Tentamos trazer novos fatos com a denúncia ofertada. Não foi obviamente uma tentativa de constranger os ministros, mesmo porque sabemos que isso é impossível”, afirmou o decano da equipe de 13 procuradores da Lava Jato, em Curitiba, após saber da decisão do Supremo Tribunal Federal.


“É uma pena que não tenham levado isso em consideração.”


Durante o anúncio da terceira denúncia criminal contra Dirceu, o procurador da República Deltan Dallagnol destacou que a liberdade do ex-ministro “acarreta sérios riscos para a sociedade em razão da gravidade dos crimes, da reiteração delitiva e da influência do réu no ambiente político-partidário”.


Para Dallagnol, “situações extremas exigem cautelas extremas”.
(Agência Estado)

 

Adriano Nogueira

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