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O Brasil um ano após a posse de Temer

2017-05-12 01:30:00
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Depois de mais de 20 horas de votação, o Senado Federal aprovou, em 12 de maio de 2016, a abertura do processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff (PT). Há um ano, então, assumia interinamente a Presidência da República o então vice Michel Temer (PMDB). Em um ano, índice de popularidade de apenas 9% do peemedebista, reformas profundas no governo, quedas de taxas de juros e inflação, crescimento do desemprego. Para especialistas e políticos da base e da oposição, balanço é negativo ou mediano.

 

Elevado à Presidência sob o discurso popular contra a corrupção, Temer viu-se entre imbróglios com ministros de governo já nos primeiros meses de governo, tendo perdido seis deles em um semestre , em grande parte por denúncias de corrupção.

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Na avaliação do professor de ciência política do Ibmec Adriano Gianturco, é um governo de projetos, ainda que “macrorreformas estruturais tenham virado micro”. Em um ano, Temer aprovou medidas de controle de gastos, mudanças no ensino médio, desvinculação de receitas, fim da exclusividade da Petrobras no pré-sal, a lei de governança das estatais, além de passar em 1º turno a reforma trabalhista na Câmara e aprovar texto-base da Previdência em comissão especial. “Conduziu muito bem trabalhos do Congresso, sempre com muito controle do número de parlamentares a favor e contra”, diz Gianturco.

 

Para o deputado federal Aníbal Gomes (PMDB), as reformas são pontos positivos do governo Temer, que as promoveu mesmo sendo impopulares e “antipáticas”.

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“Acho que fez um governo mediano. Elas foram importantíssimas para a credibilidade do País, mas sabemos que não terá efeito imediato. O futuro do País depende muito dessas mudanças”, diz, afirmando, contudo, que o principal problema do governo Temer é “não conseguir se comunicar com o povo”.

 

Nesse sentido, o deputado José Guimarães (PT), ex-líder do governo Dilma, classifica o governo Temer como “enrolado”. “Não tem limite. Está no mundo da lua. Não está sacando o que está acontecendo no Brasil. É um governo que não tem quem o defenda lá dentro. Só trouxe mais desacerto, mais crise e mais segregação social, e não tem legitimidade pra fazer reformas”.

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Dulce Gandolfi, cientista política da FGV, vê um “governo de desgoverno”. Ela diz ser é “gravíssimo” o crescimento do desemprego, que mostra que as reformas têm preferências de elite e vão contra o “desenvolvimento democrático” do País. “Eram programas esquizofrênicos, que nada tinham a ver com a chapa que foi eleita. Está tudo indo ao contrário, com desigualdades se acirrando e crescendo, fora o lado cultural, com retrocessos em todos os ganhos acumulados”, diz.

 

 

Daniel Duarte

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