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Nossos políticos e as respostas que esperamos

2017-05-22 01:30:00

Guálter George, editor-executivo de Conjuntura


Seria ingenuidade imaginar que os tentáculos extensos do esquema criminoso de financiamento de políticos e partidos organizado pela JBS não chegaria ao Ceará. Chegou e o que está dito exige esclarecimentos mais convincentes dos nomes envolvidos. Oferecer valor absoluto de verdade ao que denunciam os delatores seria um imperdoável erro, que nem mesmo o ambiente contaminado que o País experimenta seria capaz de justificar. Portanto, consideremos que tudo que está dito precisará ainda de provas mais robustas para serem consideradas de maneira definitiva. Dito isso, as pessoas públicas citadas devem se sentir obrigadas a oferecer uma boa explicação à sociedade. O primeiro deles é o ex-governador Cid Gomes, apresentado no relato como responsável direto pelas tratativas com os mega-financiadores de campanhas para que R$ 20 milhões viessem ajudar a candidatura de Camilo Santana no Ceará. Da mesma forma que espera-se boas respostas do senador Eunício Oliveira, dos deputados federais Antônio Balhman (licenciado do mandato) e Raimundo Gomes de Matos e do secretário Arialdo Pinho. O que foi dito até agora como explicação parece longe de afastar dúvidas sobre o episódio. Da parte do governo, a despeito de os vídeos mostrarem que Camilo Santana era um autêntico desconhecido da turma que liberava o dinheiro, a crise exige uma administração transparente e clara. O cidadão em geral é submetido a uma brutal carga tributária, o que torna inaceitável qualquer renúncia fiscal que não esteja justificada no melhor interesse público. Esperemos e cobremos.

Adriano Nogueira

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