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Governo tenta conter debandada de aliados

2017-05-22 01:30:00
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Pronunciamento enérgico do sábado ganhou ares de recuo ontem após o presidente Michel Temer cancelar jantar oferecido a congressistas no Palácio da Alvorada. Motivada pelo risco de baixa presença de parlamentares, suspensão do evento marca nova fase de um governo que se articula para evitar uma debandada em massa na base aliada.

[SAIBAMAIS]

Antes todo poderoso no Congresso, bloco de apoio de Temer saiu menor do fim de semana, após o PSB anunciar desembarque de seus 35 deputados da base. A situação pode ganhar tons decisivos na tarde de hoje, com reunião do PSDB e do DEM marcadas para definir qual será a postura das siglas diante do inquérito aberto contra o presidente.


O encontro entre tucanos e democratas estava marcado para ontem, mas acabou adiado para evitar especulações de que eles estariam discutindo desembarcar juntos do governo. Novo presidente nacional do PSDB, o senador Tasso Jereissati (CE) viajou ontem para Brasília para se encontrar com Temer e outras lideranças da base aliada no Palácio da Alvorada.


Atualmente, tucanos se dividem entre os que querem permanência no governo de olho na aprovação de reformas econômicas e aqueles que defendem uma resposta mais enérgica à população.


Líder do PMDB na Câmara, Baleia Rossi (SP) manteve otimismo com partidos e minimizou cancelamento do jantar de ontem. “Muitos não conseguiram voo. Teremos uma reunião com quem estiver aqui”, disse. O governo tentará um novo jantar para aliados na noite de hoje.


Em dia de protestos por todo o País, Temer passou o domingo recebendo ministros, auxiliares e parlamentares no Alvorada.


Semana decisiva

Até agora bem-sucedido em evitar uma sangria maior na base aliada, governo Temer enfrentará semana decisiva para o futuro do governo.

Além do encontro entre PSDB e DEM, está marcada para hoje apresentação do pedido de impeachment do presidente feito pela Ordem dos Advogados do Brasil (OAB). A ação contou com apoio de direções regionais da OAB em 25 estados, incluindo o Ceará.


Está previsto ainda para amanhã início da discussão na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara sobre Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que prevê eleições diretas caso Temer renuncie, seja cassado ou sofra impeachment.


A semana tem ainda outra data relevante para a permanência ou não do governo, com sessão do Supremo Tribunal Federal (STF), esperada para quarta-feira, que irá discutir pedido de suspensão de inquérito contra Temer.


Até lá, é aguardada ainda conclusão da perícia do Governo Federal sobre gravações com Michel Temer incluídas na delação da JBS. O governo acusa áudios de serem manipulados.

 

Carlos Mazza

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