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Terminou ontem o prazo para regularizar a situação eleitoral de quem não votou e não justificou a ausência nas três últimas eleições. Fortaleza é a quinta cidade do Brasil em número de eleitores irregulares (26 mil) e a segunda do nordeste.

Em todo o País, são 1,8 milhão de irregulares, segundo dados parciais do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), divulgados na tarde de ontem. O cancelamento automático do título de eleitor ocorrerá de 17 a 19 de maio, informa o órgão.

Fortaleza segue na mesma posição quando consideradas apenas as capitais do País e o Distrito Federal. Em terceiro lugar está Brasília e em primeiro, Goiânia (GO), com 30 mil eleitores irregulares.

O TSE explica que terão títulos cancelados aqueles que não pagaram multas ou não justificaram ausências nas últimas três eleições, sendo contabilizados cada turno de votação em separado.

Com o cancelamento, o eleitor perde diversos direitos, como o de tirar passaporte, inscrever-se em concurso público, matricular-se em instituição de ensino pública ou pedir empréstimo.

De acordo com Lorena Belo, coordenadora do Cadastro Eleitoral do Tribunal Eleitoral Regional do Ceará (TRE-CE), com o título de eleitor cancelado, o processo de reversão é mais complicado.

“Ele precisa fazer o que chamamos de operação RAE (Requerimento de Alistamento Eleitoral). Será preciso comparecer com identidade, comprovante de endereço, pagar a multa e fazer o requerimento da regularização. Já sai resolvido, mas precisa vir fazer o requerimento”, explica Lorena.

Caucaia

No município com segundo maior colégio eleitoral do Ceará, a situação ainda é de urgência para o TRE-CE. Em visita ao Fórum Eleitoral da 37ª Zona, em Caucaia, a desembargadora Nailde Pinheiro, corregedora regional eleitoral, acompanhou ritmo de recadastramento biométrico e, em reunião com o cartório, verificou causas de lentidão no processo.

 

Segundo o TRE-CE, são atendidos apenas 200 eleitores por dia, quando equipamentos no cartório dão condições para 600. Até o momento, apenas 15% dos eleitores do município estão cadastrados com biometria. A meta é ter 75% até 28 de fevereiro de 2018.

Como causas para a lentidão, a desembargadora aponta que a equipe técnica “ainda não pegou o ritmo” e eleitores têm se recusado a comparecer ao cartório por conta de horário em dias úteis, mas que situação deve se normalizar em um mês.

 

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Dias úteis

A dificuldade relatada pela desembargadora foi impedimento para Bruna Ribeiro, 19.Ela diz que seu emprego no comércio não permite ir ao cartório fazer o recadastramento, visto que “se gasta muito tempo”. Nailde, porém, lembra que “é garantia constitucional se ausentar do trabalho” para fins eleitorais e que “empregador não pode tolher”, como “em época de eleições”. “Não é convite: é convocação”, completa. Agendamento pode ser feito pelo telefone 148.