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Delação da JBS atinge os dois maiores grupos políticos do Ceará

2017-05-20 01:30:00
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A delação dos sócios da JBS, tornada pública na última quarta-feira, 17, chegou ao Ceará atingindo os dois maiores grupos políticos do Estado.

[SAIBAMAIS]

O ex-governador Cid Gomes (PDT) é acusado por Wesley Batista, um dos donos da empresa, de pedir “propina” para a campanha de Camilo Santana (PT) em 2014. O delator diz que o dinheiro, em forma de doação oficial, foi repassado também para a reeleição do irmão de Ciro.


Wesley conta, em detalhes, que Arialdo Pinho, então Chefe da Casa Civil do governo do Ceará, procurou a empresa para fazer doação na disputa de reeleição em 2010. Na época, o repasse foi de R$ 4,5 milhões. Em 2014, quem se dirigiu ao escritório da JBS em São Paulo, segundo o empresário, foi o próprio Cid.


O irmão de Joesley Batista conta, ainda, que o Estado devia um crédito de ICMS à empresa JBS Couros, instalada em Cascavel, no valor de R$ 110 milhões referente ao acúmulo dos anos de 2011 a 2014 não pagos pelo governo. A pendência financeira, conforme relato, era um entrave para a doação.

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O empresário afirmou que duas semanas depois do encontro, o deputado federal Antonio Balhmann (PDT) e o secretário Arialdo Pinho garantiram, em nome de Cid, a liberação integral do crédito em troca de doação no valor de R$ 20 milhões à campanha do petista.


De acordo com o delator, R$ 9,8 milhões foram pagos via notas fiscais falsas de diversas empresas e os outros R$ 10,2 milhões foram repassados por meio de doações oficiais para vários candidatos e para o caixa do Pros, antiga sigla do grupo político liderado pelos irmãos Cid e Ciro. Wesley ressalta, no entanto, que não esteve com Camilo em nenhuma ocasião.


Parlamento

Já o delator Ricardo Saud, diretor da JBS, cita o senador Eunício Oliveira (PMDB) como beneficiário de R$ 5 milhões para alterar o texto de uma Medida Provisória no Senado Federal no sentido de beneficiar o grupo empresarial.

 

O cearense relatava a matéria na época. O executivo lembra que o dinheiro foi pago mediante doação ao Diretório Nacional do PMDB, quando Eunício era o tesoureiro.


O delator ressalta que, passados oito meses do repasse da propina, Eunício relatou outra Medida Provisória que retirava todos os benefícios incluídos na primeira MP.

 

NÚMEROS

 

R$ 7,3milhões

foi o investimento oficial da JBS para a campanha de Camilo Santana em 2014

 


R$ 3,5milhões 

foi o investimento oficial da JBS para a campanha de Eunício Oliveira em 2014

 

Wagner Mendes

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