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Às vésperas de depoimento, Lula e Moro travam guerra de estratégias

2017-05-09 01:30:00

Numa verdadeira queda de braço, o ex-presidente Lula e o juiz Sergio Moro travam nova batalha de estratégias às vésperas do depoimento do petista marcado para amanhã em Curitiba.

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Acusado de ser beneficiário de propina, por meio de um triplex que teria sido cedido pela empreiteira OAS ao ex-presidente, Lula pediu adiamento do depoimento para análise dos documentos do processo.

[SAIBAMAIS]

A defesa do petista recorreu ontem ao Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF4), em Porto Alegre, com um habeas corpus pedindo a suspensão do processo com objetivo de ganhar tempo para avaliar documentos da Petrobras.


Os advogados alegam que o grande volume dos arquivos foi liberado pelo juiz Sergio Moro de forma tardia. Ainda segundo a defesa, os “5,42 gigabytes de mídia e cerca de 5 mil documentos estimados cerca de 100 mil páginas” são “materialmente impossível” de serem analisados até amanhã. Até o fechamento desta página, o TRF4 ainda não havia despachado o pedido.


Por outro lado, o juiz Moro, que responde pelas investigações da Operação Lava Jato, proibiu que os advogados do ex-presidente realizassem uma gravação extra do depoimento sob ângulo diferente do habitual.


“A câmara é focada no depoente, acusado ou testemunha, porque se trata do elemento probatório relevante e que será avaliado pelos julgadores das várias instâncias. Não há qualquer intenção de prejudicar o acusado ou sugerir a sua culpa com esse foco, tanto assim que o depoimento das testemunhas, que não sofrem qualquer acusação, é registrado da mesma forma”, disse o juiz em despacho.

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Na proibição, Moro argumenta, ainda, que o pedido da defesa tentava transformar o interrogatório “em um evento político-partidário”.


Manifestação

Ontem a Prefeitura de Curitiba conseguiu uma liminar que proíbe a passagem de pedestres e veículos nas áreas próximas à Justiça Federal e montagem de estruturas e acampamentos em ruas e praças da cidade.

 

A ação judicial se deu após grupos que apoiam o ex-presidente organizarem caravanas para o local em protesto contra o que chamam de “perseguição”.


De acordo com a juíza Diele Denardin Zydek, que deferiu a liminar, “o direito de manifestação não se confunde com a possibilidade de ocupação de bens públicos ou particulares”.


Respondendo à juíza, o presidente nacional do PT, Rui Falcão, afirmou que “todos sabem que a manifestação é pacífica e contrária à ação de provocadores e arruaceiros organizados pela direita”.


Movimentos integrantes da Frente Brasil Popular organizam programação com diversas atividades entre a manhã de hoje e a noite de amanhã. As caravanas devem sair de vários Estados do País.

 

Wagner Mendes

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