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Um dia de transtornos e prejuízos

2017-04-29 01:30:00
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Lojas fechadas no Centro, agências bancárias com atividades suspensas e portos sem receber ou descarregar mercadorias. Os prejuízos ainda não foram contabilizados, mas já puderam ser percebidos.

[SAIBAMAIS]

O comércio foi um dos setores mais afetados. Apesar da orientação da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Ceará (Fecomércio-CE) para que os estabelecimentos se mantivessem funcionando, no Centro, eles foram fechando as portas com a passagem dos manifestantes, que chegaram a forçar o encerramento das atividades. Alguns sofreram depredações.


“Fechamos mais cedo por causa dos protestos. Quem iria nos resguardar caso as mercadorias fossem destruídas pelos manifestantes? Nossos funcionários ficaram com medo de represálias”, disse o proprietário de uma eletrônica na Rua Pedro Pereira. O POVO acompanhou uma manifestação na Rua Barão do Rio Branco. Manifestantes pressionavam os comerciantes a fechar as portas. A cada comércio que encerrava as atividades, aplausos.


Houve quem resistisse. “Deixar o negócio fechado é prejuízo na certa. As contas chegam e temos de pagar. Sei que a greve é legal, mas nosso direito de trabalhar também é”, disse o comerciante Wellington Maciel. Eloy de Paula, proprietário de uma loja de roupas na Rua Barão do Rio Branco, esperou a manifestação seguir o curso até a Praça da Bandeira para reabrir o comércio. “Aguardei a manifestação passar para retomar as atividades. As vendas serão fracas, mas é melhor do que um dia de trabalho perdido”.


As manifestações com prejuízo ao comércio foram condenadas por Cláudia Brilhante, diretora institucional da Fecomércio-CE. “A greve é um direito do trabalhador, mas impor o medo no comércio foi lamentável. Os comerciantes fecharam as lojas preocupados com as mercadorias e a integridade dos funcionários”. Ela informa que os casos de coação serão apurados. “Estamos em contato com os empresários. Vamos apurar o que de fato ocorreu e dar total apoio, inclusive, judicial”, disse, ressaltando ainda não ter números.


O presidente da Câmara dos Dirigentes Lojistas (CDL), Severino Neto, ressalta que o fechamento forçado das lojas se concentrou no Centro. Nos demais bairros, as atividades ocorreram normalmente. Mas reconhece que o fluxo de clientes foi atípico. “Foi como se o comércio tivesse aberto em um domingo. O movimento ficou prejudicado em função do clima de horror implantado na Cidade e os problemas no transporte”. Ele lembra os prejuízos de ontem se somam aos feriadões. “O consumidor não pode fazer o que quer, o movimento cai, a indústria perde, tudo isso significa menos emprego, menos renda”. (colaborou Irna Cavalcante)

 

SAIBA MAIS


Aeroporto

No aeroporto Pinto Martins, houve protesto na madrugada de ontem, organizado por 50 manifestantes ligados ao Sindicato Estadual dos Aeroportuários (Sindiaero). O objetivo era atrasar os voos. O acesso ao check-in foi bloqueado e liberado apenas com a chegada do Batalhão de Choque. Não houve enfrentamento entre os manifestantes e os policiais.

 

A Infraero informou que até as 18h de ontem, dos 1.211 voos previstos para o aeroporto de Fortaleza, apenas 58 (4,79% do total) foram cancelados. Segundo a instituição, nenhum destes cancelamentos foi em função das manifestações na Capital. O percentual de atrasos era de 15,94%.


Postos e supermercados

Postos e supermercados permaneceram em funcionamento no dia da greve geral. “Recebemos a informação que o Sindicato dos Frentistas estava se mobilizando aderir ao movimento. Não houve confirmação e as atividades continuaram sem prejuízos”, disse Wilson Noca, proprietário de um posto de combustíveis na Avenida Antônio Sales.

O Sindicato do Comércio Varejista de Derivados de Petróleo do Ceará (Sindipostos) ressaltou que não ocorreram incidentes no Estado. Os estabelecimentos seguiram com o atendimento no Interior e na Capital.

 

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