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"Temer não tem para onde ir", diz Renan Calheiros

2017-04-06 01:30:00
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Os ataques do líder do PMDB no Senado, Renan Calheiros (AL), ao governo do presidente Michel Temer têm gerado desconforto na bancada - a maior da Casa, com 22 integrantes.


A avaliação é de que Renan precisa assumir uma postura de liderança, e não transferir problemas pessoais aos correligionários. Apesar disso, a maioria dos descontentes evita o enfrentamento com o parlamentar, que mantém o prestígio e a influência de quem já foi quatro vezes presidente do Senado.


Em jantar na última terça-feira na casa da senadora Kátia Abreu (PMDB-TO), Renan reuniu mais da metade da bancada e afirmou que o “presidente Michel Temer não tem para onde ir”.

O evento foi organizado pelo senador em busca de apoio. No dia seguinte, Renan repetiu a frase na tribuna do plenário.

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“Eu fiz uma manifestação a partir da minha percepção e pela convivência que tive com os dois, a Dilma e o Temer. A presidente Dilma sempre me passou a impressão de que não sabia para onde ir”, disse Renan.


E completou: “O presidente Michel Temer, com essa política econômica de arrocho, de juro alto, de aumento de imposto, de recessão, de desemprego, se não mudar, está passando a percepção que não tem para onde ir. Ou seja, a presidente Dilma não sabia para onde ir e o presidente Michel Temer não tem para onde ir com essa política recessiva”.


Críticas e aplausos

Após o pronunciamento, a senadora Rose de Freitas (PMDB-ES) repreendeu o líder. “Ele repetiu ao microfone o que disse ontem (antes de ontem), só que aqui ele é líder da bancada. Perguntei se ele me consultaria para saber se eu também pensava dessa forma”, disse Rose.

 

Outros senadores já haviam “chamado a atenção” de Renan durante o jantar de Kátia Abreu, lembrando que as suas questões políticas em Alagoas estavam atrapalhando as escolhas para as comissões e relatorias do Senado.


“Você é nosso líder, não pode trazer os problemas de Alagoas para dentro da bancada”, afirmou a senadora, de acordo com um parlamentar. Renan, porém, acabou ovacionado por petistas. O senador Lindbergh Farias (PT-RJ) gritou: “Muito bem. É isso aí”. Humberto Costa (PT-PE) brincou que iria “terceirizar” o seu posto para o peemedebista. (Agência Estado)


Saiba mais


Críticas


Ainda durante o jantar na casa da senadora Kátia Abreu, alguns senadores teriam reclamado da pressão feita pelo Palácio do Planalto pela aprovação da reforma da Previdência. A avaliação é de que a cúpula do governo, o presidente Michel Temer e os ministros Eliseu Padilha (Casa Civil) e Moreira Franco (Secretaria-Geral) não "entendem" a situação dos congressistas porque não "dependem" do voto popular.


"Nenhum deles é candidato a nada e nas últimas eleições que disputaram, perderam. Agora, querem cobrar dos parlamentares. Estão pedindo o que não vão ganhar", afirmou um peemedebista que participou do encontro.

 

Adriano Nogueira

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