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Manifestações em Fortaleza têm Temer como principal alvo de críticas

2017-04-29 01:30:00
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A figura do presidente Michel Temer (PMDB) foi a mais criticada por movimentos concentrados na manhã de ontem no protesto de paralisação nacional no Centro de Fortaleza. Uniformizados com uma camisa estampando “Fora Temer”, centenas de pessoas pediam a saída do presidente do Palácio do Planalto por meio de novas eleições. Um judas e um caixão também faziam referência ao peemedebista.

[SAIBAMAIS] 

As medidas econômicas de Temer foram o maior alvo de protestos desde quando se desenhavam as primeiras movimentações para a tramitação das reformas trabalhista e previdenciária no Congresso. Em Fortaleza, organizadores do chamado dia nacional de greve estimam que cerca de 100 mil pessoas, somando todos os atos na Capital, tenham saído às ruas dando coro às paralisações.


Ao lado da figura presidencial, placas com imagens de deputados cearenses que votaram favoravelmente à reforma trabalhista na Câmara dos Deputados foram erguidas como forma de pressão para as próximas votações de pautas econômicas, como a reforma da previdência que tramita na comissão especial.


Lideranças políticas que votaram contra a pauta de Temer, como José Guimarães (PT), André Figueiredo (PDT) e Odorico Monteiro (Pros), fizeram o trajeto com os manifestantes. “A pressão social pode alterar profundamente os votos do Senado. O governo não tem os 308 votos da PEC da Previdência na Câmara. Os que votaram na trabalhista não votam na reforma trabalhista”, prevê o deputado Guimarães.

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Já Figueiredo é menos otimista em relação ao Senado, mas crê ainda numa reviravolta. “Considero que toda forma de luta é indispensável. Tenho poucas esperanças que o Senado venha mudar esse golpe que rasgou a CLT. Mas a luta é indispensável porque nós podemos barrar a reforma da Previdência. Vamos lutar para que o Senado pelo menos minimize a reforma trabalhista para quando voltar para a Câmara a gente possa lutar para derrotar essa proposta”, disse.


Recado

O discurso da manifestação de ontem esteve concentrado na reforma trabalhista, aprovada pela Câmara e tramitando no Senado, e na reforma da Previdência, que está sendo discutida na comissão especial da Câmara. As placas com figuras de parlamentares, os cartazes e gritos de guerra buscaram pressionar parlamentares a mudar o voto no Congresso.

 

“Tem que mudar. Nós precisamos avançar, ir para frente do Congresso e denunciar essa política criminosa”, disse Lucíola Maia, professora universitária. Já a outra manifestante, Ana Maria, assistente social, afirmou que “precisamos mostrar para esses políticos que estamos atentos, que não estamos adormecidos, que não vamos parar”.

 

Bastidores


No trajeto, entre constantes gritos de “Fora Temer”, críticas às reformas e pedidos de “Diretas Já”, pairavam medo e tensão entre lojistas do Centro. Quem não estivesse fora da loja, ainda que uniformizado, sofria o risco de ver o estabelecimento agredido pelos manifestantes, que justificaram destruição de portões – como em galeria na rua General Sampaio – como “tentativa de libertar empregados das cadeias dos patrões”. Bancos eram vaiados e uma agência do Bradesco, na rua Senador Pompeu, teve vidro depredado.


Durante o ato, um rato correu entre os manifestantes por quase um minuto, na rua Barão do Rio Branco, gerando gritos e confusão. Enquanto tentavam chutar o roedor para dentro de um bueiro, muitos gritavam “é o Temer”.


Na metade da passeata, derramou-se uma chuva forte no Centro da Cidade, fazendo com que muitos manifestantes precisassem brandir seus guarda-chuvas ou correr para debaixo do socorro de toldos e cobertas de lojas. O trajeto tornou-se complicado, sendo preciso saltar poças d’água em muitas esquinas e quarteirões.


Entre figuras políticas do Estado e da Capital, estiveram presentes os deputados federais André Figueiredo (PDT), Odorico Monteiro (Pros), José Guimarães (PT), o deputao federal Renato Roseno (Psol) e os vereadores Iruaguassú Filho (PDT) e Larissa Gaspar (PPL).


Nas considerações finais, durante o encerramento na Praça do Ferreira, o reconhecimento de organizadores de que, apesar de união atípica de centrais sindicais, o diferencial foi maior adesão popular no ato contra as reformas.

 

Saiba mais


A paralisação geral que aconteceu nesta sexta em todo o País teve adeptos também em várias cidades do interior do Ceará. Comércios, escolas e sistemas de transportes aderiram ao estado de greve em protesto contra as reformas previdência e trabalhista que ainda estão em processo de votação no Congresso Nacional. São Benedito, Brejo Santo, Canindé, Madalena, Forquilha, Crateús, Sobral e Russas, são algumas das cidades que registraram manifestações.


A PRF registrou uma interdição total do km 0 da BR-222, em Fortaleza. Cerca de 300 manifestantes participaram do ato. .


Interdição total foi registrada no km 460 da BR-116, em Brejo Santo. Cerca de 50 manifestantes participaram do protesto


Em Madalena, na BR 020, km 239, às 10h, houve interdição total da rodovia. A manifestação contou com cerca de 50 manifestantes.

 

Wagner Mendes

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