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Escolha de novas direções inicia "reconstrução" do PT

2017-04-10 01:30:00

Em meio à maior crise de seus 37 anos de história, o PT iniciou ontem uma tentativa de reconstrução do partido com o Processo de Eleições Diretas (PED), que escolheu os novos dirigentes municipais e delegados para os congressos estaduais.


O processo culmina nos dias 1.º, 2 e 3 de junho, em Brasília, com o 6.º Congresso Nacional da legenda, onde será escolhida a nova direção nacional e definidos os rumos do partido depois do impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff, da derrota histórica nas eleições municipais de 2016 e da prisão de petistas importantes envolvidos no esquema de desvios da Petrobrás.


Com o apoio do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e da corrente majoritária Construindo um Novo Brasil (CNB), a senadora Gleisi Hoffmann (PR) concorre à presidência nacional. O senador Lindbergh Farias (RJ) também tentava viabilizar a candidatura.


Correntes internas e filiados inscreveram dez teses que servirão de base para a elaboração do novo programa partidário e para definir o futuro da sigla. A leitura dos principais textos mostra que o PT vai ter de optar entre uma proposta de esquerda conciliadora, a exemplo dos governos de Lula, ou a radicalização que marcou os primeiros anos do partido.


Outro ponto de debate é a forma e a profundidade da autocrítica que o partido deve fazer em relação aos erros cometidos em 13 anos à frente do governo federal e a casos de corrupção envolvendo petistas.


Ao todo, 62 mil pessoas se inscreveram para disputar cargos de direção municipais. A eleição ocorre em 4,1 mil cidades. À primeira vista, os números impressionam, mas houve uma queda relevante em relação ao PED de 2013, quando mais de 90 mil pessoas participaram da disputa.


Além disso, dos 4,1 mil municípios onde o PT está organizado, 909 não conseguiram montar nem sequer uma chapa para disputar o PED. Nessas cidades serão instaladas comissões provisórias. Os motivos, segundo dirigentes petistas, são a dificuldade de preencher cotas de mulheres, jovens e negros e também o reflexo das últimas derrotas sofridas pelo partido. (Agência Estado)

 

Adriano Nogueira

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