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Pelo menos 40 coletivos tiveram os pneus furados e ficaram parados ao longo das avenidas Imperador e Tristão Gonçalves, no Centro, na manhã de ontem. A ação fez parte dos protestos organizados por centrais sindicais, entidades e movimentos sociais no Dia Nacional de Paralisações e Greves contra as reformas trabalhista e da Previdência. Passageiros das linhas que passavam pela região tiveram de sair dos veículos e andar até as paradas mais próximas. Muitos precisaram seguir até as proximidades do bairro Benfica para conseguir utilizar o transporte público novamente.

Cerca de 30 veículos que fazem o transporte na Capital e dez de linhas intermunicipais tiveram os pneus furados na avenida Imperador, entre as avenidas Duque de Caxias e Domingos Olímpio. O Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros do Estado do Ceará (Sindiônibus) não informou quantas linhas foram afetadas pela ação. De acordo com a assessoria de comunicação do órgão, balanço de quantos ônibus foram afetados só será finalizado hoje. Passageiros relataram que manifestantes furaram os pneus após pedir que as pessoas descessem dos veículos.

Com os ônibus impedidos de seguir, o estudante Warley Frota teve de caminhar até a avenida 13 de Maio para conseguir seguir viagem. Apesar de se opor às reformas trabalhista e da Previdência, ele reclamou da paralisação. “Eu não sou a favor desse tipo de manifestação porque prejudica quem precisa andar de ônibus”, argumenta.

De acordo com Domingos Neto, os rodoviários aderiram à greve paralisando as atividades na região do Centro das 7h30min até o meio-dia de ontem. Segundo ele, no entanto, furar os pneus dos veículos não foi ação do sindicato. “Aparecem pessoas infiltradas para fazer esse tipo de coisas. Não concordamos com essa política”, afirmou.

Ainda como parte dos protestos, trabalhadores rodoviários e da construção civil fecharam o terminal de ônibus do Papicu por duas horas, no início da manhã.

Protesto

Com protesto dividido em várias frentes pela Cidade, a maior concentração de manifestantes ontem foi na praça Clóvis Beviláqua (conhecida como Praça da Bandeira), no Centro. Por volta das 11 horas, os manifestantes chegaram à sede do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), na rua Pedro Pereira, para o encerramento do ato. O local também foi o ponto de chegada de manifestantes que partiram da praça Clóvis Beviláqua e da Praça Portugal, na Aldeota.

Centro paralisado

Os manifestantes partiram de diferentes locais de concentração, na manhã de ontem. De acordo com a organização, cerca de 20 mil pessoas seguiram em caminhada até o prédio do INSS, na rua Pedro Pereira

Adesão de diversas categorias

Trabalhadores da construção civil, motoristas de ônibus, servidores públicos, professores municipais e estaduais, entre profissionais de outros setores aderiram à paralisação e tomaram as ruas do Centro

Insatisfação com Temer

Além de protestar contras as reformas trabalhista e da Previdência e reivindicar melhorias na educação e reajuste salarial, os manifestantes pediram “Fora Temer”. Faixas e palavras de ordem manifestavam insatisfação com o presidente

Lojas de portas fechadas

Os comerciários — uns em sinal de apoio, outros por precaução — baixaram as portas das lojas e também paralisaram as atividades até a finalização da manifestação

Ruas bloqueadas

Ruas e avenidas de Fortaleza ficaram bloqueadas durante a caminhada dos manifestantes. Outras ruas, sem bloqueio, tiveram fluxo de veículos intenso até as 11 horas. Quem circulou pela região enfrentou engarrafamentos

 

Ação da AMC

A Autarquia Municipal de Trânsito e Cidadania (AMC) deu suporte operacional em vias do Centro e também da Aldeota

Pneus furados

Ônibus que fazem o transporte na Capital e viagens interestaduais tiveram os pneus furados nas avenidas Imperador e Tristão Gonçalves, no Centro

Passageiros sem transporte

Passageiros tiveram de descer dos veículos e andar até as paradas de ônibus mais próximas. Alguns precisaram andar até a avenida 13 de Maio, no bairro Benfica, para conseguir concluir o trajeto