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Lava Jato e protestos colocam reformas em xeque

2017-03-16 01:30:00
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Um dia depois de o procurador-geral da República Rodrigo Janot pedir abertura de inquéritos contra cinco ministros de governo, o presidente Michel Temer teve de encarar protestos em todo o Brasil contra as reformas trabalhista e da Previdência. Para oposição, parte da base e alguns setores do PMDB, o combo de investigações e protestos deve inviabilizar os projetos. Aliados tentam minimizar esses efeitos.

[SAIBAMAIS]

O deputado oposicionista Chico Alencar (Psol-RJ), disse que a crise política dificulta a aprovação das medidas. “As reformas têm origem de um governo de baixíssima popularidade e têm a chance de serem votadas por um Congresso com baixíssima credibilidade, o que fica reforçado com a lista do Janot. Há um sentimento da população de que nós aqui perdemos as condições de legitimidade para mexer na vida deles, na aposentadoria, nos contratos de trabalho”, argumentou.


O deputado Silvio Costa (PTdoB-PE) se diz confiante de que a PEC da reforma da Previdência será derrubada. “É evidente que o governo está jogando duro. Mas acho muito pouco provável que essas reformas avancem aqui. Esse caldo que está acontecendo, problemas éticos e as mobilizações nas ruas. Os parlamentares sabem que têm que dialogar com a sociedade”, apontou.


Para o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, a lista de Janot não altera o curso da reforma, que ele julga essencial para equilibrar as contas do País. “Não temos visto nenhum sinal de interrupção dos trabalhos legislativos em função de quaisquer problemas individuais, independentemente do número de pessoas”, disse o ministro. Ele tem negociado pessoalmente com parlamentares para aprovar medidas de austeridade.


O relator da PEC que altera a Previdência, Arthur Maia (PPS-BA) disse que os protestos não interferem na aprovação do texto, que deverá sofrer alterações. “Do ponto de vista da cabeça do relator, isso (pressão popular) não muda absolutamente nada. (...) O que pode influenciar o meu ponto de vista são as emendas que foram apresentadas, porque aí sim diz respeito ao pensamento dos parlamentares”, afirmou.


O deputado da base Raimundo Gomes de Matos (PSDB-CE) disse que a Lava Jato não deverá alterar o cronograma das votações.


“Ninguém viu reflexo nenhum em termos de mudar pauta e revisar. Até porque a reforma da Previdência se antecipa em muitas coisas que não vão se concretizar. Há emendas para modificar a PEC. Evidente que a Casa não deixa de funcionar em virtude de fatos da Lava Jato”, disse. (com agências)

 

Isabel Filgueiras

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