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FHC diz que Aécio não fez pedido de doação para caixa 2

2017-03-04 01:30:00
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O ex-presidente da República e presidente de honra do PSDB, Fernando Henrique Cardoso, divulgou ontem nota oficial em que sai em defesa do atual comandante do partido, o senador Aécio Neves (MG). O tucano disse lamentar que haja uma estratégia usada por adversários da legenda de difundir “notícias alternativas” de modo a confundir a opinião pública.

[SAIBAMAIS]

FHC disse que parte do noticiário do dia sobre os depoimentos de executivos da Odebrecht “serve de alerta”. Segundo ele, ao invés de se dar ênfase à afirmação de Marcelo Odebrecht de que doações à campanha presidencial de Aécio em 2014 foram feitas oficialmente, publicou-se a partir de outro depoimento que o senador teria pedido doações de caixa dois para aliados.


“O senador não fez tal pedido. O depoente não fez tal declaração em seu depoimento ao TSE”, disse o ex-presidente. “É preciso serenidade e respeito à verdade nessa hora difícil que o país atravessa”, completa.


FHC disse que no importante debate travado no País é preciso se fazer distinções. “Há uma diferença entre quem recebeu recursos de caixa dois para financiamento de atividades político-eleitorais, erro que precisa ser reconhecido, reparado ou punido, daquele que obteve recursos para enriquecimento pessoal, crime puro e simples de corrupção”, avaliou.

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Para o ex-presidente, divulgações “apressadas e equivocadas agridem a verdade e confundem os dois atos, cuja natureza penal há de ser distinguida pelos tribunais”. “A palavra de um delator não é prova em si, apenas um indício que requer comprovação. É preciso que a Justiça continue a fazer seu trabalho, que o país possa crer na eficácia da lei e que continue funcionando”, ponderou.


Depoimentos

A colheita de depoimentos de delatores da Odebrecht, determinada pelo relator Herman Benjamin, continua na próxima semana. Na segunda-feira (6), às 17 horas, na sede do TSE, em Brasília, serão ouvidos os ex-diretores de Relações Institucionais da Odebrecht Cláudio Melo Filho e Alexandrino Alencar, bem como Hilberto Mascarenhas Alves da Silva Filho, que atuava no departamento de propinas da Odebrecht.

Na quarta-feira (8), na sede do Tribunal Regional Eleitoral de São Paulo, na capital paulista, prestarão depoimento Luiz Eduardo da Rocha Soares, que também integrava o departamento de propinas da empreiteira, e Beckembauer Rivelino de Alencar Braga, sócio-diretor da Gráfica VTPB, que prestou serviços para a campanha de Dilma e Temer em 2014. (Agência Estado)

 

Saiba mais


Doleiros acusados são presos

Dois doleiros acusados de participar de operações de lavagem de dinheiro para o ex-governador do Rio Sergio Cabral (PMDB) foram presos ontem, em Montevidéu, no Uruguai. Vinícius Claret Vieira Barreto, conhecido pelo apelido de Juca Bala, e Cláudio Fernando Barbosa tinham ordens de prisão assinadas por Marcelo Bretas, juiz da 7ª Vara Criminal do Rio, que confirmou à reportagem a prisão de ambos.

Os dois estavam sendo procurados pela Interpol e foram presos durante operação conjunta da polícia uruguaia e da Polícia Federal brasileira. Eles foram levados para a sede da Interpol em Montevidéu e nas próximas horas devem ser encaminhados ao Rio de Janeiro.


Os irmãos Renato e Marcelo Chebar contaram em delação premiada na Operação Calicute que participavam do esquema de lavagem de dinheiro de Cabral e que em 2007, quando os valores se agigantaram, chamaram Barreto para assumir as operações. Os delatores afirmaram que só falavam com o doleiro através do programa de mensagens Messenger.

 

Adriano Nogueira

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