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Em alegações finais, PSDB considerada Temer isento

2017-03-28 01:30:00

Autor da ação que investiga no TSE possível abuso de poder político e econômico da chapa Dilma-Temer de 2014, o PSDB, nas alegações finais entregues à Corte cita episódios investigados na Lava Jato para tentar incriminar a petista e considera o peemedebista isento de "qualquer prática ilícita". A ação apresentada logo após as eleições de 2014 pode levar o atual presidente Michel Temer à perda de mandato. No documento de 22 páginas, os advogados do PSDB, partido que integra a base aliada do governo, apontam em um dos itens elencados o recebimento de doações oficiais de empreiteiras contratadas pela Petrobras como parte de distribuição de propinas. Tais desvios fazem parte das investigações da Lava Jato, que tramitam no âmbito da Justiça Federal e do STF.


"Com relação ao tema, foi juntado com a inicial o inteiro teor do depoimento de Paulo Roberto Costa, ex-diretor da Petrobras, no qual afirma que lhe foi colocado pelas empresas e também pelo partido que, dessa média de 3%, o que fosse da diretoria de abastecimento, 1% seria repassado para o PP e os 2% restantes ficariam para o PT dentro da diretoria que prestava esse serviço, que era a diretoria de serviço", diz trecho do documento. No entendimento dos advogados do PSDB, a prova produzida no curso da instrução permite concluir que o dinheiro desviado do erário, especialmente da Petrobras, foi empregado na campanha de Dilma Rousseff. "A obtenção de recursos nessas circunstâncias caracteriza o abuso do poder político, porquanto as aludidas doações foram feitas em decorrência de promessas de benesses ou de abstenção de criar entraves por parte dos agentes do Governo", diz os autores da ação.


Em outro trecho, os advogados citam que durante os depoimentos realizados ao TSE foi demonstrado, inclusive, que houve destinação de propinas aos partidos que fizeram parte da coligação da chapa presidencial o PT.


Um dos depoimentos que apontaram tal prática foi prestado pelo ex-diretor de relações institucionais da Odebrecht Alexandrino Alencar. Segundo ele, a empreiteira pagou um total de R$ 21 milhões em dinheiro vivo a três partidos políticos para comprar tempo de TV para a chapa de Dilma-Temer: Pros, PCdoB e PRB. As siglas negam irregulares.

 

Adriano Nogueira

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