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Dilma: "Quando é o PMDB, não é mais um crime"

2017-03-13 01:30:00
Às vésperas de o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, entregar ao STF pedidos de inquéritos contra políticos acusados de receber propina da Odebrecht, a presidente cassada Dilma Rousseff diz que o Brasil vive uma “era medieval” nos processos legais de combate à corrupção. Segundo ela, não há respeito ao devido processo legal e ao direito de defesa. À reportagem, Dilma se recusou a falar sobre a iminente publicação da segunda lista de políticos sob suspeita por esquema de corrupção na Petrobras, mas mencionou “vazamentos seletivos” e “filtros” nas informações de delações. Dilma está em Genebra para participar de seminários e debates, usando cada ocasião para defender a candidatura de Lula na campanha presidencial de 2018.

 

Em entrevista ao jornal suíço Le Temps, Dilma afirmou que não comentaria a situação do presidente Michel Temer. “Eu não me permito comentar um processo judicial em curso, mesmo se a pessoa sob suspeita é aquela que operou um golpe contra mim”, disse. “Não podemos condenar alguém sem um direito de defesa”, afirmou. A jornalistas, porém, Dilma lembrou de como seu tesoureiro de campanha, Edinho Silva, foi denunciado numa delação da Andrade Gutierrez. “Mas quando ficou claro que o cheque pago havia sido para a campanha do PMDB em nome de Michel Temer, o delator disse que havia cometido um erro”, disse Dilma. “Quando incrimina a nós, colocam sobre a mesa. Quando é o PMDB, não é mais um crime. Por isso precisamos olhar bem de perto essas denúncias”, disse. (Agência Estado)

Adriano Nogueira

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