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O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, fez discurso em defesa da Lava Jato e da Procuradoria-Geral da República. Janot negou realização de coletivas de imprensa em “off’ e rebateu as críticas feitas na terça-feira, 21, pelo ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF), que acusou a PGR de praticar crimes de vazamento de conteúdos sigilosos de investigações.

[SAIBAMAIS]

Sem citar o nome de Mendes, Janot criticou a atuação política do ministro. “Procuramos nos distanciar dos banquetes palacianos. Fugimos dos círculos de comensais que cortejam desavergonhadamente o poder político. E repudiamos a relação promíscua com a imprensa. Ainda assim, meus amigos, em projeção mental, alguns tentam nivelar a todos a sua decrepitude moral, e para isso acusam-nos de condutas que lhes são próprias”, disse Janot.

Jurista do Ibmec, Washington Barbosa vê esses atritos como fato corriqueiro e saudável dentro da esfera jurídica. Ele defende ainda que, independentemente de questões jurídicas, vazamentos são ilegais e devem ser investigados.

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Sobre as relações de Mendes com políticos, o especialista argumenta: “Não vamos nos iludir que os operadores do direito tenham de ser ermitões e ficar isolados da sociedade. É normalíssimo que se receba as partes envolvidas e se tenha essa troca de informações”.

O procurador-geral da República também negou que haja premeditação dos vazamentos e questionou o fato de Mendes não ter mencionado que o próprio STF mantém relações de interesse com a imprensa. “Não vi uma só palavra de quem teve uma disenteria verbal a se pronunciar sobre essa imputação, Palácio do Planalto, Congresso Nacional e Supremo Tribunal Federal”, afirmou.

Para o cientista político e professor da Mackenzie Rodrigo Prando, a origem dos problemas entre instituições são a falta de respeito da função de cada uma delas e a corrupção endêmica no Brasil.
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“A questão é que um ministro deveria se resguardar para se manifestar nos autos. Declarações políticas, inclusive com criticas ao colega do Judiciário, não são boas pra sociedade brasileira. Deixa a população ressabiada porque paixões jurídicas invadem a lógica do direito”, avaliou.

Saiba mais

Matéria de jornal

Janot chamou de “mentira” a informação de que a PGR realiza “coletivas de imprensa em ‘off’”, que foi divulgada pela ombudsman da Folha de S. Paulo, Paula Cesarino Costa, em texto publicado no domingo. O texto serviu de base para Gilmar Mendes criticar a postura da PGR.

O que disse Gilmar?

”É grande nossa responsabilidade sob pena de transformarmos o tribunal [o STF] num fantoche, um fantoche da Procuradoria-Geral da República”, afirmou o ministro do Supremo.