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Aécio Neves, acusador em seus dias de acusado

2017-03-06 01:30:00

Guálter George, editor-executivo de Conjuntura


Todo governo, do partido que for, lança mão do instrumental disponível, mesmo os pouco éticos, para esvaziar alguma iniciativa de criação de CPI que surja diante ele. Alega-se que se é possível saber como uma investigação começa, nunca se sabe como ele poderá acabar. Talvez a crise brasileira do momento exija uma atualização na ideia, passando-se a exigir também dos que iniciam uma denúncia alguma segurança de que aquilo não poderá, em algum momento, voltar-se contra eles. O tempo vai demonstrando claro que o senador Aécio Neves, presidente nacional do PSDB, nunca daria entrada na tal ação eleitoral contra a chapa Dilma-Temer se lhe fosse oferecida a chance de prever onde tudo poderia chegar. Ou, onde chegou. O que seria uma ofensiva final contra a então presidente petista, já representa, a essa altura, uma ameaça ao futuro político do próprio tucano, que tem aparecido de maneira forte e evidente nos depoimentos de executivos de empreiteiras, inclusive as delações da Odebrecht, que falam em dinheiro para caixa 2 eleitoral. Aécio, possivelmente teria ficado quieto no seu canto político, vendendo honestidade e pureza, caso percebesse que o controle que mantinha sobre o todo do processo era apenas aparente.

 

Adriano Nogueira

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