Supremo decide hoje sobre Moreira Franco
O ministro do Supremo Celso de Mello é o relator dos dois mandados de segurança ajuizados pelo Psol e pelo Rede Sustentabilidade. "Vou analisar o pedido de medida cautelar amanhã (hoje)", disse Mello
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Em meio a uma guerra de liminares, o ministro Celso de Mello, do Supremo Tribunal Federal (STF), disse ontem que decidirá “no máximo” até hoje sobre dois mandados de segurança impetrados por partidos políticos para barrar a nomeação de Moreira Franco para a Secretaria-Geral da Presidência da República.
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AssineOntem, o presidente do Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF-1), desembargador Hilton Queiroz, derrubou uma liminar que suspendia a nomeação de Moreira Franco. No entanto, pouco depois, a juíza Regina Coeli Formisano, da 6ª Vara Federal do Rio de Janeiro, determinou que Moreira
deixe o cargo.
Celso de Mello é o relator dos dois mandados de segurança, que foram ajuizados pelo Psol e pelo Rede Sustentabilidade. “Vou analisar o pedido de medida cautelar e pretendo, no máximo, até amanhã (hoje) liberar minha decisão”, disse o ministro.
Citado na delação da Odebrecht, Moreira ganhou foro privilegiado com a nomeação do presidente Michel Temer, o que faria um eventual processo contra o ministro ser julgado pelo Supremo Tribunal Federal (STF). Para o Psol, a nomeação representa “grave afronta ao princípio da moralidade
administrativa”.
Questionado se a sua decisão vai suspender os efeitos de liminares de instâncias inferiores, Celso de Mello afirmou: “Isso é um aspecto processual que eu vou cuidar”.
Nova liminar
A Justiça do Amapá concedeu uma nova liminar suspendendo a posse de Moreira Franco para a Secretaria-Geral da Presidência.
O autor da ação é o senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP). O juiz que deferiu o pedido de afastamento foi Anselmo Gonçalves da Silva, da 1ª vara federal
do Estado.
Em sua decisão, o magistrado cita ensinamentos do presidente Michel Temer para rebater um argumento usado pela Advocacia-Geral da União (AGU), convocada a se manifestar durante a análise do caso.
“A nomeação aqui combatida realmente tem por objetivo blindar o Senhor Moreira Franco contra eventual decreto de prisão por parte de juízes de primeiro grau de jurisdição, o que revela nítido desvio de finalidade atentatório aos princípios da administração pública, podendo e devendo ser reprimido no âmbito judicial”, declarou Silva.
O juiz do Amapá afirmou ainda que o caso é “rigorosamente semelhante” ao do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, indicado para o cargo de ministro da Casa Civil no governo Dilma Rousseff na esteira de investigações contra ele.
Essa é a terceira liminar contrária à ação do presidente de nomear Moreira Franco. A AGU, no entanto, conseguiu derrubar a decisão do Distrito Federal e se movimenta também contra as demais. Moreira, que com a nomeação ganharia foro privilegiado, é citado em delação da Odebrecht.
Saiba mais
Ministro do STF abre inquérito para investigar Sarney, Jucá e Renan
O ministro Edson Fachin, novo relator da Operação Lava Jato no Supremo Tribunal Federal (STF), determinou abertura de inquérito para investigar os senadores Romero Jucá (PMDB-RR) e Renan Calheiros (PMDB-AL) e o ex-presidente da República JoséSarney (PMDB-AP).
Na última segunda-feira (6), o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, havia pedido a abertura de inquérito ao ministro do STF.
Os investigadores apuram se os políticos cometeram crime de embaraço às investigações da Operação Lava Jato.
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