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Delator confirma propinas a ex-governador Sérgio Cabral

2017-02-16 01:30:00
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O ex-presidente da Andrade Gutierrez Rogério Nora de Sá reafirmou em depoimento à Justiça ontem que o ex-governador do Rio de Janeiro Sérgio Cabral (PMDB) cobrou propina da empresa relativa à reforma do Maracanã. No ano passado, o ex-executivo já havia relatado repasses ao ex-governador.


“Propinas foram pagas, mas não na totalidade (do que tinha sido acertado). Foi na casa dos milhões”, afirmou Nora de Sá, que foi presidente da Andrade Gutierrez de 2002 a 2011. Segundo ele, o pagamento da propina não ocorreu na totalidade porque a obra estava com prejuízo. “Em virtude disso, a empresa deixou de honrar alguns compromissos, mas pagou outros como membro do consórcio”, declarou.


A empreiteira integrou o consórcio para a construção do Maracanã junto com a Odebrecht, que tinha 49% e era líder, e a Delta, com 30%. A Andrade era dona de 21%. O ex-executivo disse que houve uma reunião com o ex-governador, no início do primeiro mandato, para o acerto do pagamento de propinas para as obras que fossem feitas no Estado do Rio.


Nora de Sá disse ainda que o doleiro Adir Assad — apontado como dono de empresas de fachada e alvo das operações Lava Jato e Saqueador — foi procurado pela empreiteira para operar repasses de propina em São Paulo. “Eram feitos contratos com as empresas de Assad”, disse.


Trecho da delação do ex-presidente da Andrade Gutierrez que citou Cabral e propina em estádios da Copa foi usado nas investigações da Operação Saqueador.

Deflagrada em junho do ano passado, a investigação mirou em um esquema de lavagem de R$ 370 milhões que seria comandado pela construtora Delta.

Adriano Nogueira

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