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Eike Batista deve se entregar hoje à Polícia Federal

2017-01-30 01:30:00
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Os advogados de Eike Batista informaram a autoridades que o empresário irá se entregar nesta segunda-feira, 30, de acordo com fonte próxima às discussões. A promessa teria sido feita por escrito, mas ainda há dúvidas se será cumprida.


Eike teve a prisão decretada nesta quinta-feira, 26, na Operação Eficiência, desdobramento da Lava Jato que apura esquema usado pelo ex-governador do Rio Sérgio Cabral Filho (PMDB) e outros investigados para ocultar mais de US$ 100 milhões remetidos ilegalmente ao exterior.


Desse valor, repassado em ações da Vale, da Petrobras e da Ambev, apenas 10% já foi recuperado pelo Ministério Público Federal.


Também com cidadania alemã, o empresário está foragido desde quinta-feira, 26. Segundo seus advogados, ele está no exterior, enquanto dados da Polícia Federal apontam que ele embarcou em um voo para Nova York utilizando seu passaporte alemão.


Caso seja encontrado em território germânico, sua extradição será definida pela Justiça do país.


Sem diploma

Além disso, se o empresário decidir se entregar à polícia, ainda não está definido o tipo de unidade prisional para qual será encaminhado, pois há imprecisões sobre a sua formação educacional. Em livro publicado em 2011, o ex-bilionário diz que interrompeu a faculdade de Engenharia na Alemanha “ainda na metade” do curso.

 

Já o prospecto da Oferta Pública Inicial (IPO, na sigla em inglês) da petroleira que fundou, a OGX, registra a informação que Eike Batista era “bacharel em Engenharia Metalúrgica pela Universidade de Aachen, Alemanha”.


Se ele não comprovar que possui ensino superior, terá que aguardar julgamento em uma cela comum. Detentos com diploma são encaminhados para unidades restritas aos que têm ensino superior.


Na última quinta-feira, o nome de Eike foi incluído na lista de procurados da Interpol, a polícia internacional. Após de não localizar o empresário pela manhã, a PF solicitou ao juiz Marcelo Bretas, da 7ª Vara Federal Criminal no Rio e que autorizou o mandado de prisão do empresário, que formalizasse o pedido de inclusão do nome de Eike na lista.


Com isso, o empresário pode ser preso no exterior, ser extraditado e passou a ser considerado foragido internacional.


Eike foi incluído na chamada difusão vermelha, que elenca criminosos que cometeram pedofilia, lavagem de dinheiro e terrorismo.


Sobre o recurso que teria sido enviado pelo esquema ao exterior, o procurador da República Leonardo Freitas, membro da força-tarefa, afirma que o valor total desviado pode ser ainda maior que o já divulgado. “O patrimônio dos membros da organização criminosa chefiada por Sérgio Cabral é um oceano ainda não totalmente mapeado”, disse o procurador, na entrevista, na sede da Polícia Federal no Rio.


Os advogados de Eike e a Polícia Federal (PF) foram procurados pelo Broadcast, serviço de notícias em tempo real do Grupo Estado, mas não retornaram as ligações da reportagem. (das agências)

 

Saiba mais


Operação que decretou prisão de Eike teve como base depoimentos dos delatores Renato Hasson Chebar e Marcelo Hasson Chebar, que são irmãos e atuavam no mercado financeiro.


Eles decidiram colaborar espontaneamente com a força-tarefa.Segundo a PF, os irmãos utilizaram pelo menos nove contas no exterior para dividir dinheiro enviado por Cabral.


Uma delas, em nome do ex-governador, tinha o nome de Eficiência, que acabou batizando a operação.

 

Adriano Nogueira

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