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Dono de 'império' e amigo de políticos

2017-01-27 01:30:00
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Símbolo da ascensão da economia brasileira à época em que figurou entre os dez homens mais ricos do mundo, Eike Fuhrken Batista materializava, em 2009, a euforia internacional com o Brasil expressa na capa de The Economist intitulada "O Brasil decola" e ilustrada com um Cristo Redentor disparando como um foguete.


Cortejado por governantes, o empresário, 60 anos completados em novembro, era invejado por seus negócios e contatos de sucesso no poder. Tinha acesso direto aos então presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff, do PT, e a partidos como o PMDB.


Essas relações garantiram acesso a financiamentos oficiais que ajudaram a turbinar sua fama de gênio dos negócios que depois implodiria.


Figuram entre os ícones desta época "feliz" as fotos de Eike em solenidades oficiais, ao lado de poderosos. Em um evento da Petrobras, o empresário, trajando uniforme laranja da estatal, posou fazendo o V da vitória, com Lula e Dilma. Em 2008, elogiado publicamente pelo ex-ministro Raphael de Almeida Magalhães durante uma solenidade que virou "ato de desagravo" ao empresário porque era investigado pela Polícia Federal por supostas irregularidades no processo de concessão de uma ferrovia no Amapá, Eike chorou.


Em 2012, Eike foi chamado de "orgulho do Brasil" pela então presidente Dilma durante visita a uma de suas obras, o Porto do Açu, em São João da Barra, no norte fluminense. Considerado um megaempresário, ele foi personagem em abril daquele ano de um artigo assinado pelo então prefeito do Rio, Eduardo Paes (PMDB), na revista americana Time. No texto, Paes chama Eike de "filho adotivo" do Rio e o classifica como um dos responsáveis pelo renascimento da capital fluminense.

 

Adriano Nogueira

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