Acordo prevê que Odebrecht decifre dados
No acordo de leniência fechado pela Odebrecht com o Ministério Público Federal, a empreiteira se comprometeu a entregar e decifrar os arquivos e códigos do banco de dados que armazena a memória eletrônica do Setor de Operações Estruturadas, o chamado departamento da propina. No servidor, retido na Suíça, estão dados como os ordenamentos de repasses a políticos e o controle de contas secretas em nome de offshores.
“Prestar à Força Tarefa Lava Jato em Curitiba todas as informações que as empresas de seu grupo econômico dispuserem ou puderem obter para esclarecer os dados encontráveis em sistemas eletrônicos e base de dados eletrônicos, cuja custódia, após a homologação deste Acordo pelo Juízo da 13ª Vara Federal de Curitiba, será entregue ao Ministério Público Federal”, diz um dos subitens da cláusula 6ª do acordo de leniência.
Espécie de delação para empresas, em processos cíveis, o termo de leniência foi assinado entre Odebrecht e o Ministério Público Federal, no dia 1º de dezembro, e tornado público na sexta-feira, 20.
Sem a assistência da própria Odebrecht, a Procuradoria-Geral da República recorreu ao FBI - a polícia federal dos Estados Unidos - para tentar decifrar os arquivos. A resposta dos americanos, porém, foi de que precisaria de 103 anos para decodificar toda memória virtual armazenada no banco de dados da empreiteira.
Adriano Nogueira